As informações, o conhecimento e a sabedoria

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É inegável para todos que estamos na era do conhecimento. As informações, as tecnologias e as ciências nunca foram tão acessíveis. As facilidades tecnológicas fazem parte do nosso cotidiano. O progresso, o desenvolvimento e a racionalidade são características intrínsecas da modernidade.
Porém, diante de tudo isso, precisamos questionar a noção de conhecimento. Será que junto às tantas informações que chegam a nós, chega também o conhecimento? E junto a esse conhecimento, chega também a sabedoria?
Há certo tempo, os grandes sábios da humanidade possuíam um grande conhecimento, que era adquirido nas grandes bibliotecas. Hoje, o mundo está em nossas mãos e qualquer assunto pode ser conhecido por um simples toque no celular. Porém, o conhecimento verdadeiro não se reduz a informações.
O excesso de informações superficiais e desconexas acaba gerando um efeito contrário e nos mergulha em uma nuvem de desconhecimento. Qualquer jovem de hoje tem acesso a inúmeras informações, mas as fontes dessas informações nem sempre são confiáveis.
O verdadeiro conhecimento é como um edifício que vai se construindo e os tijolos são os livros. A fonte mais confiável do saber continua sendo o livro, a biblioteca, a leitura. O mundo do saber está longe da internet e das redes sociais. O poeta Eliot dizia: “Qual é o conhecimento que nós perdemos na informação e qual é a sabedoria que nós perdemos no conhecimento?”.
A inteligência humana tem alcançado muitas descobertas, mas tem perdido a capacidade de reflexão e autocrítica. Já não temos tempo e nem vontade de refletir e aceitamos todas as informações que chegam. A tecnologia se desenvolve, mas o que progride é a ignorância.
Assim, o progresso dos conhecimentos provoca um desmembramento do conhecimento geral, a destruição do conhecimento-sabedoria, ou seja, de um conhecimento que seja um alimento para a nossa vida e contribua para bonificar-nos a nós mesmos. O progresso da técnica trouxe um regresso da sabedoria. Conhecem mais coisas os homens de hoje, mas são menos sábios.
Os verdadeiros sábios, conhecedores das coisas da vida e muitos deles sem estudo, estão morrendo sem ter outros que lhes substituam. Portanto, devemos problematizar o conhecimento que está sendo repassado para as novas gerações. O verdadeiro saber não se reduz às informações do mundo virtual. Está nos livros e, mais ainda, na vida.

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