Assembleia Geral da CNBB
Os bispos da Igreja em nosso país estiveram, entre os dias 10 e 19 de abril, reunidos na 61ª edição da Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). O evento acontece todos os anos e busca atualizar os desafios e perspectivas da caminhada eclesial no Brasil. Essa assembleia é uma bela expressão da colegialidade, e possibilita cultivar o zelo pela unidade, a fim de que as diferenças enriqueçam novas respostas na vivência da fé e no caminho da promoção da vida.
Este ano, o tema geral da assembleia foi: “A realidade da Igreja no Brasil e a atualização de suas Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora”. Esse tema norteou as discussões sobre diversas dimensões da ação pastoral, tendo como temas prioritários o Sínodo sobre a Sinodalidade, o Jubileu de 2025, e Juventude. Essa edição da Assembleia Geral dos bispos também foi marcada pela celebração dos 60 anos da realização da Campanha da Fraternidade em âmbito nacional.
Além disso, muitos outros temas tratados nas diversas sessões da assembleia mostram que a CNBB, na dinâmica missionária da Igreja, tem uma incontestável importância na vivência da fé e na ação pastoral do povo brasileiro. Sua história é repleta de serviços eclesiais e missionários, com notável atuação na esfera pública.
É necessário contemplar e reconhecer a história de serviços da CNBB, a fim de que não se corra o risco de compreensões errôneas e parciais sobre a atuação dos bispos de nosso país. Infelizmente, muitos, que se dizem cristãos católicos, formulam juízos injustos, inadequados e agem com hostilidade. Juízos e reações distanciados da comunhão e da unidade de nossa Igreja.
A conferência traz em sua história importantes lutas em prol do povo brasileiro e da defesa da dignidade humana. Um exemplo claro foi a atuação no combate à ditadura militar. A atuação profética de muitos bispos foi imprescindível para o processo de redemocratização de nosso país. Tantas outras causas sociais, políticas e ambientais já foram assumidas pela CNBB que, em seus 72 anos de história, tem sido um instrumento de evangelização e de conscientização do povo brasileiro.
Toda essa atuação é revista e atualizada na busca de caminhos que tornem a Igreja do Brasil mais profética, sinodal, samaritana, servidora e missionária. Para isso, é necessário motivar o senso de corresponsabilidade de todos os membros da Igreja. Todos os batizados são discípulos-missionários, chamados a construir uma sociedade mais justa, fraterna e solidária, combatendo cenários que afrontam as lições do Mestre.
Vale a pena recordar o tema da primeira Campanha da Fraternidade em âmbito nacional, de 1964: “Lembre-se: você também é Igreja”! A missão de marcar os caminhos da sociedade com os valores do evangelho nunca foi uma tarefa imune da fadigas, tropeços e dificuldades, mas sob o impulso do Espírito Santo, em uma Igreja toda ministerial, todo o Povo de Deus poderá renovar o vigor de testemunhar ao mundo a beleza e a fecundidade do Evangelho.