Campanha Missionária 2023

A Campanha Missionária, celebrada a cada ano pela Igreja no Brasil, é uma iniciativa da Comissão Episcopal Missionária da CNBB em comunhão com as Pontifícias Obras Missionárias. Esse ano, a campanha tem como tema: “Ide! Da Igreja local aos confins do mundo”. As reflexões buscam estreitar as relações entre cada diocese do Brasil com a missão além-fronteiras, aprofundando as reflexões sobre a natureza missionária da Igreja.
O lema nos recorda a temática do 3º Ano Vocacional: “Corações ardentes, pés a caminho”. Desse modo, a Campanha Missionária de 2023 está em profunda relação com as celebrações do Ano Vocacional e, também, com o 5º Congresso Missionário Nacional, que será realizado em Manaus, entre os dias 10 e 15 de novembro.
Em sua mensagem para o Dia Mundial das Missões (22 de outubro), o Papa Francisco reflete sobre o “ser missão” a partir de três imagens bastante sugestivas da narração dos discípulos de Emaús: corações ardentes pelas Escrituras explicadas por Jesus, olhos abertos para O reconhecer e, como ponto culminante, pés ao caminho. É do encontro com Jesus Ressuscitado que nasce o impulso do ser e agir missionários.
Primeiramente, esse encontro se faz pela Palavra. É a escuta e a intimidade com as Escrituras, a partir de sua centralidade cristológica, que fazem arder, iluminar e transformar o coração de um discípulo-missionário. Em segundo lugar, é necessário ter olhos abertos para reconhecer Jesus, que se faz Pão partido na ceia eucarística. A centralidade da Eucaristia recorda que a missão é uma forma privilegiada de entregar-se e doar a própria vida, tal como Jesus faz constantemente.
E como consequência desse encontro com o Cristo Vivo na Palavra e na Eucaristia, os pés se colocam a caminho. Entre os corações ardentes e os pés a caminho, está o encontro, a ceia, a partilha, o gesto concreto de partir o pão. Esses três símbolos –corações ardentes, olhos abertos e pés a caminho- recordam a eterna juventude de uma Igreja sempre em movimento, em saída, em estado permanente de êxodo. Êxodo ao encontro do outro, que muitas vezes, encontra-se ferido e machucado à beira do caminho.
Recordam também a dinâmica de uma Igreja aberta aos novos impulsos do Espírito Santo. Uma Igreja, não fechada sobre si mesma, mas atenta aos sinais dos tempos. Uma Igreja em percurso sinodal, caminhando sempre, como os discípulos de Emáus, a partir da comunhão, da participação e da missão. A nível de Brasil e América Latina, a Igreja é chamada a abrir novos horizontes de atuação missionária a partir da experiência evangelizadora da Amazônia.
É dessa forma que a Igreja vai correspondendo, em cada tempo, às novidades do Espírito e aos novos apelos de sua missão, antiga e sempre nova, de evangelizar todas as pessoas e todos os povos. Missão de ir até os confins da terra, sem excluir ninguém de receber a Boa-Nova da paz e da salvação.
Sempre é bom recordar o que nos diz o Santo Padre, de que é necessário evangelizar “não como quem impõe uma nova obrigação, mas como quem partilha uma alegria, indica um horizonte estupendo, eferece um banquete apetecível” (Evangelii gaudium, 14). Que essa alegria missionária da Igreja seja constantemente renovada, a fim de que possa sempre irradiar a luz do Evangelho a todos!



