Estamos iniciando, na Igreja do Brasil, mais um mês missionário. No último dia primeiro, celebramos a memória de Santa Teresinha do Menino Jesus, que, em 1927, foi proclamada pelo Papa Pio XI “Patrona Universal das Missões Católicas”. Como uma iniciativa da CNBB, especialmente, de sua Comissão Episcopal Missionária, e em comunhão com as Pontifícias Obras Missionárias, a Igreja busca nesse período aprofundar as reflexões sobre sua natureza missionária.
Este ano, a Campanha Missionária tem como tema inspirador: “Com a força do Espírito, testemunhas de Cristo”. O coração da identidade da Igreja é ser um sinal visível da presença de Cristo no mundo. Um testemunho que precisa ser oferecido por cada batizado e batizada. Nessa vida missionária e eclesial, o Espírito Santo possui um papel central de protagonismo, impulso e força de renovação.
Sem a força do Espírito, a missão não acontece. Tal como aconteceu em Pentecostes, quando os apóstolos, antes temerosos e inseguros, foram transformados em corajosos anunciadores do Evangelho, ainda hoje, é na força desse mesmo Espírito que cada membro da Igreja recebe vigor para proclamar a Palavra de Deus.
Todos são convidados a partir em missão, se não para terras distantes, devem ser missionários em suas próprias realidades. É importante considerar os contextos culturais, sociais e eclesiais que nos interpelam, a fim de que a missão seja eficaz, evangelizando a partir do chão da realidade. A pluralidade, as novas subjetividades e as diversas identidades religiosas presentes em nossa sociedade precisam ser consideradas.
Neste mundo tão plural, onde fervilham tantas ideias e modos de viver, os cristãos precisam irradiar a fé com o próprio testemunho. É necessário marcar os caminhos da sociedade com o frescor do Evangelho, cientes de que a Boa-Nova de Jesus precisa ser proclamada com a vida, e não como uma imposição.
Tal anúncio deve partir da beleza do amor de Deus, que Jesus veio revelar ao mundo. Muitas vezes, o Evangelho é anunciado de uma forma tão pesada e com ideais tão elevados, que Deus acaba por se tornar um ser inacessível e difícil. Outras tantas vezes, doutrinas complexas precedem uma autêntica evangelização partindo de Jesus Cristo. Todo anúncio do Evangelho deve partir da pessoa de Jesus, a fim de torná-lo conhecido e amado.
Nesse sentido, o Papa Francisco afirma que evangelização deve ser feita “não como quem impõe uma nova obrigação, mas como quem partilha uma alegria, aponta um belo horizonte, oferece um delicioso banquete” (Evangelii Gaudium, 14). Missão não é proselitismo, mas é um alegre anúncio de quem deseja comunicar uma boa notícia.
Esta campanha missionária, que recorda o protagonismo do Espírito Santo na missão, também quer recordar que a missão só se faz com o empenho de todos, e não de alguns. O Evangelho precisa de anunciadores. Deus precisa da pessoa humana para comunicar sua ternura ao mundo. E ternura só se comunica com proximidade, encontro e acolhida. Contra toda globalização da indiferença, essa é a missão que precisa ser abraçada por todos os batizados, chamados a serem discípulos-missionários de Jesus Cristo.

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