Causa de Beatificação do Mons. Arnóbio de Andrade avança

0
IMG_2100

Na manhã deste dia de Corpus Christi, 19/06, o postulador da Causa de Beatificação e de Canonização do Servo de Deus Joaquim Arnóbio de Andrade – Fase Romana, Dr. Paolo Vilotta, comunicou à Madre Geral das Missionárias Reparadoras do Coração de Jesus, Irmã Maria de Jesus Silva, ao Bispo Diocesano de Sobral, Dom José Luiz Gomes de Vasconcelos, e ao vice-postulador, Dr. José Luís Lira, que a Positio da Causa de Beatificação e de Canonização do Servo de Deus Joaquim Arnóbio de Andrade foi publicada. É mais um importante passo na Causa, este trabalho elaborado pelo Postulador, em conjunto com o Colaborador, seguido pelo Relator do Dicastério das Causas dos Santos, na Santa Sé. O próximo passo, mas não podemos prever o tempo, será o estudo por uma Comissão de Teólogos e, sucessivamente, se o resultado for positivo, o estudo dos Cardeais e Bispos e, finalmente, o Papa poderá declarar Venerável nosso amado Monsenhor Arnóbio.
A Positio é documento essencial numa Causa de Beatificação e Canonização na Igreja Católica. Ela é uma síntese de toda a documentação e investigação sobre a vida, virtudes e fama de santidade de um Servo de Deus.
A Positio é a coleta e exposição, segundo um método muito preciso, de tudo o que aconteceu durante a Fase diocesana, durante o Inquérito diocesano realizado nesta diocese de Sobral. O fato de termos este resultado em tão pouco tempo demonstra como a Causa, em sua primeira fase diocesana, foi conduzida muito bem e com muita competência por todas as pessoas designadas por Sua Excelência o Bispo, como as da Madre Geral. Aproveitando essa ocasião, a Diocese e a Congregação reconhecem e agradecem este trabalho, manifestando gratidão especial ao Postulador Cav. Dr. Paolo Vilotta e ao Dr. Comendador José Luís Lira. Portanto é, um passo fundamental no processo de reconhecimento da santidade, garantindo que a Igreja tenha informações completas e detalhadas sobre o candidato antes de tomar uma decisão sobre sua beatificação ou canonização.
Ao final de toda essa fase e sendo reconhecido que o Servo de Deus Joaquim Arnóbio de Andrade, teve uma vida cristã exemplar, com a prática das virtudes teologais (fé, esperança e caridade) e virtudes cardeais (prudência, justiça, fortaleza e temperança), ele poderá ser declarado venerável.
Na sexta-feira, dia 27, as Irmãs e os admiradores do Mons. Joaquim Arnóbio de Andrade se reunirão em Missa em Ação de Graças, na Igreja do Menino Deus, onde repousam os restos mortais do Servo de Deus Joaquim Arnóbio, às 17hs e convidam a todos para esta celebração.
Mons. Arnóbio de Andrade – o Padre Arnóbio
Mons. Joaquim Arnóbio de Andrade (1915-1985), nasceu em Massapê, Ceará, no dia 26 de abril de 1915, onde passou parte de sua infância. Foram seus pais, Joaquim Anselmo de Andrade e Maria da Penha Sousa Andrade, batizado pelo Pe. Antônio Cândido de Melo, em Massapê.
Residiu, na infância, em Forquilha, Ceará, em função da profissão do pai, Joaquim Anselmo, exercia cargo na Inspetoria Federal do Departamento Nacional de Obras Contra a Seca (DNOCS). Em 1924, passou a residir com sua família em Sobral, Ceará. Certa vez, estando Dom José Tupinambá da Frota, primeiro Bispo de Sobral e fundador do primeiro Seminário Diocesano de Sobral, em sua casa, Arnóbio pediu ao Bispo para entrar no seminário.  Não entendia o jovem, que isso não dependia somente do querer dos pais, mas que fatores econômicos eram determinantes na questão, visto que a família do seminarista devia custear as despesas com estudo e manutenção do futuro sacerdote.
Dom José, segundo relatos, riu-se de sua simplicidade e disse: “Arnóbio, diga a sua mãe que faça a batina preta, com uma faixa azul que seu lugar está reservado no seminário”.
Após estudos preliminares, aos doze anos, entrou no seminário São José de Sobral, onde foi recebido com muito carinho por Dom José, pois conhecia de perto o novo candidato ao sacerdócio. Arnóbio foi um “seminarista modelo”, diziam seus superiores. Tinha uma conduta irrepreensível, desenvolveu amor pelos estudos e aos ensinamentos de seus Mestres. Destacou-se no cultivo das línguas, principalmente em Latim e em Francês. Concluindo o curso preparatório, foi transferido para o Seminário Maior de Fortaleza, onde cursou Filosofia e Teologia Moral e Dogmática.
Foi ordenado sacerdote, no dia 20 de novembro de 1938, pela imposição das mãos de Dom José Tupinambá da Frota, juntamente com os sacerdotes José Aristides Cardoso e Otacílio Alves Ferreira Sales, na Igreja de Nossa Senhora do Rosário, em Sobral, visto que a Catedral estava passando por reforma, embora conste no registro de sua ordenação como tendo acontecido na Catedral.
Suas primeiras atividades como sacerdote foram desenvolvidas em Sobral. Exerceu a função de ecônomo do Seminário Diocesano, demonstrando grande visão administrativa, expressa em todas as obras que edificou. No Seminário, também exerceu a função de professor. E, depois, nomeado Vigário de Santana do Acaraú. Exerceu, ainda, a capelania do Colégio Sant’Ana de Sobral e a direção diocesana da Catequese. Lecionou no Colégio Sobralense.
Na condição de Vigário Geral da Diocese que foi desde 1964, foi escolhido Vigário Capitular entre os bispados de Dom João José da Motta e Albuquerque e de Dom Walfrido Teixeira Vieira (abril de 1964 a janeiro de 1965). Mons. Arnóbio permaneceu Vigário Geral da Diocese até seu falecimento.
No ano de 1950 passou a residir na cidade de Santana do Acaraú, como vigário ecônomo da referida paróquia. Monsenhor Joaquim Arnóbio foi o terceiro vigário coadjutor de Coreaú, sendo nomeado vigário cooperador de Coreaú, em 31 de maio de 1975, permanecendo até 25 de novembro de 1980.
Em 4 de setembro de 1956, no Pontificado de Sua Santidade o Papa Pio XII, o Pe. Joaquim Arnóbio de Andrade escreveu ao primeiro Bispo de Sobral, Dom José Tupinambá da Frota, solicitando a Capela de Santo Antonio, salão e terreno anexos, na cidade de Sobral, para o estabelecimento da Congregação, que desde de 20 de maio daquele ano, com a aprovação e bênçãos do Bispo, fora instituída. A criação oficial se deu no dia da Festa da Assunção de Nossa Senhora do ano seguinte.
Em 15 de agosto de 1957, o Pe. Joaquim Arnóbio de Andrade fundou a Congregação das Missionárias Reparadoras do Sagrado Coração de Jesus, cujo carisma é sintetizado no trinômio Amor-Reparação-Evangelização, no bispado de Dom José Tupinambá da Frota e, que, atualmente, conta com casas nas dioceses de Sobral, Tianguá, Itapipoca, além das arquidioceses de Fortaleza, Rio de Janeiro e de Aparecida, São Paulo. A congregação traz um profundo desejo de reparar com suas vidas as ofensas dos consagrados contra o Sagrado Coração de Jesus.
No início, havia a congregação masculina dos Oblatos, Instituto dos Oblatos Diocesanos, (nas décadas de 50 e 60) com a formação de sacerdotes e a ala externa, com pessoas de Sobral que participavam, viviam a espiritualidade e se doavam muito inclusive com ajuda financeira; pessoas de fora da Congregação, mas que viviam a espiritualidade. No entanto, a ala masculina foi extinta durante o bispado de Dom Motta.
Dom José Tupinambá da Frota aprovou, a 7 de julho de 1959, os Estatutos da Congregação. Mons. Arnóbio de Andrade concretizava seu grande ardor pela causa evangélica. A Congregação das Missionárias foi reconhecida pela Santa Sé, por ato do Eminentíssimo Cardeal Eduardo Francisco Pironio, então Prefeito da Congregação para os Religiosos e Institutos Seculares, datado de 29 de junho de 1983. De posse do documento da Congregação para os Religiosos e Institutos Seculares, Dom Walfrido Teixeira Vieira, então Bispo de Sobral, emitiu o Decreto de Ereção da Congregação, em 11 de julho de 1983.
O grande sacerdote e educador faleceu, às 10 horas do dia 2 de abril de 1985, em Fortaleza, Ceará, na Casa da Congregação das Irmãs Missionárias Reparadoras do Coração de Jesus, vítima das implicações de um câncer renal, já em fama de santidade. Em seu atestado de óbito consta como profissão, Padre, o sacerdócio que ele tanto amou e pelo qual serviu a Deus e aos homens. Padre Arnóbio retornava à Casa do Pai, depois de um prolongado sofrimento, sem de nada reclamar, tendo recebido todos os sacramentos da Santa Madre Igreja.
Sua Causa de Beatificação e de Canonização foi aberta no dia 14 de setembro de 2019 e o encerramento da fase Diocesana se deu no dia 30 de junho de 2023 e a validade jurídica do inquérito saiu em 29 de novembro de 2023.

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *