Charles de Foucauld, o irmão universal

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Dentre os apelos do mundo moderno, existe um antigo e sempre novo: o apelo à santidade. É tempo de buscar a santidade, e uma das belas riquezas da Igreja Católica é o testemunho dos santos, que traduziram de formas tão diversas o Evangelho em suas vidas. Neste domingo (15), o Papa Francisco realizará a canonização de 10 novos santos para a Igreja. Dentre eles, está o Beato Charles de Foulcauld, sobre o qual nos deteremos.
Um dos mais novos santos da Igreja é um sacerdote francês, que viveu entre os anos 1858 e 1916. Charles de Foucauld foi um jovem rico, que se converteu ao cristianismo com quase trinta anos. Ao fazer uma experiência com Deus, ele compreendeu que, a partir daquele momento, ele não poderia fazer outra coisa senão viver para Deus. E fez uma opção fundamental que orientou sua vida: imitar Jesus.
O jovem convertido quis morar na Terra Santa para viver onde Jesus viveu. Lá conseguiu um emprego de jardineiro em um mosteiro e viveu uma vida simples de oração. Entendeu o mistério do escondimento que Jesus viveu na terra e encantou-se pelo que vivenciou e redescobriu da vida. Depois, viu que não era necessário viver na Nazaré geográfica, mas que poderia em qualquer lugar do mundo esconder-se com Jesus na escola de Nazaré.
Não era mais preciso ir onde a terra era mais santa, mas onde as almas mais necessitavam. Isso significou para ele, escolher Deus em primeiro lugar, estar sempre ao lado dos pobres, vivendo com eles o evangelho e a eucaristia do cotidiano. Ele se sentia um irmão universal, e sua experiência de fé o levava a buscar sempre o último lugar social, pois lá encontrava Jesus.
Ele foi ordenado sacerdote aos 43 anos e foi viver na Argélia, entre os muçulmanos tuaregues, um povo nômade do derserto. Lá ele viveu como um eremita uma vida escondida e silenciosa. Vivia em uma pequena cabana entre o povo. Reconhecia a presença de Deus entre os muçulmanos e pregava o Evangelho com a vida, sem querer converter os tuaregues de uma vez.
O Reino de Deus ficou visível para aquele povo. Por isso, Charles de Foucauld foi um verdadeiro apóstolo do diálogo inter-religioso, entendendo que Deus é único e pai de todos. Evangelizou de forma simples, bela e profunda. Sua espiritualidade era viver o evangelho no anonimato, junto àqueles que mais necessitavam.
Esse seu testemunho humano e evangélico diz muito sobre como são os santos dos nossos tempos. Prova disso é que sua vida tem inspirado inúmeras fraternidades e institutos por todo o mundo. Leigos, sacerdotes e religiosos têm aprendido com Charles de Foucauld a fermentar o evangelho no mundo com pequenas atitudes cristãs.
Esse santo tão atual também vem nos inspirar a reconhecer que os pobres são os pés descalços que Cristo ainda mantém nesta terra. Mais do que nunca, é preciso redescobrir o sacramento da pobreza, e sensibilizar-se com a presença real de Cristo sob as espécies daqueles que sofrem.
São Charles de Foucauld, rogai por nós!

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