“De mãos dadas por alimentos melhores e um futuro melhor”
O Dia Mundial da Alimentação comemorada cada ano no 16 de outubro, como uma iniciativa global da ONU especialmente pela FAO que celebra nesta data 80 anos de criação, reforça sempre o seu compromisso com a implementação de sistemas alimentares mais eficientes, resilientes e sustentáveis. Isto é, trata de efetivar o direito humano a uma alimentação e nutrição saudável e sustentável. O panorama mundial a respeito das cadeias alimentares entre os povos salienta que 673 milhões de pessoas enfrentam ainda fome, enquanto aproximadamente 900 milhões de adultos são obesos e 35,5 milhões de crianças menores de cinco anos apresentam excesso de peso.
O que entendemos por insegurança alimentar está relacionado basicamente com todas as formas de má nutrição, desnutrição, carência de micronutrientes (fome oculta) e obesidade. Uma das barreiras intransponíveis é configurada pela conexão entre a baixa renda e o baixo nível educacional que redunda no não consumo de alimentos saudáveis, e desinformação nutricional confiável.
Este quadro leva certamente a ingestão de alimentos ultraprocessados e bebidas açucaradas o que impulsiona o aumento preocupante das doenças crônicas não transmissíveis como obesidade, hipertensão arterial, diabetes, dislipidemias e doenças cardiovasculares.
Rumo a COP 30 afirmamos com a Laudato Si que tudo está interligado e que a soberania na mesa e na comida possa por uma agricultura orgânica e sustentável, que cuidar do corpo exige o cuidado com a Casa Comum o consumo consciente e a educação de hábitos alimentares e nutricionais reconciliados com a sobriedade feliz e a conversão ecológica.
Assumir uma dieta com menos calorias derivadas da carne, menos açúcar e equilíbrio conjugando os três pilares da alimentação: quantidade, qualidade e variedade.
Pensar na alimentação saudável significa combinar bem carboidratos, proteínas, gorduras, fibras, vitaminas, minerais e água, tudo na medida certa e com moderação.
Privilegiar os alimentos in natura e minimamente processados, o consumo de óleos, sal e açúcar com parcimônia e preparo dos alimentos em casa, com observância da higiene e controle da temperatura.
Somos templos do Espírito Santo, o que significa tratar o corpo com harmonia, pureza e cuidado, respeitando e construindo a saúde alimentar integral. Como diziam os médicos a partir de Hippocrates, o melhor remédio é o alimento que nos faz bem e nos nutre. Por uma alimentação e nutrição saudável e sustentável para todos os seres e criaturas da nossa Casa Comum!
Dom Roberto Francisco Ferrería Paz – Bispo de Campos (RJ)

