ENSINAR (REGÊNCIA VERBAL)
I – Ensinar alguém (= educar, instruir, castigar, punir); II – Ensinar alguém a fazer algo (= instruir); III – Ensinar-se a agir (= aprender por si, avisar-se). OBS.: Quando o complemento que expressa a coisa ensinada for um verbo no infinitivo regido da preposição “a” será facultativo o emprego do objeto direto ou indireto: “Ensinei-os a ler” ou “Ensinei-lhes a ler”.

PACIENTE OU DOENTE GRAVE
Mais um caso em que as palavras aparecem fora do seu sentido real diz respeito às condições de saúde. Lembre-se de que não existe, por exemplo, paciente ou doente “grave”. Existe apenas paciente ou doente “em estado grave”. Ou seja, o estado é que é grave. E não o doente.

A SAÚDE DE ALGUÉM “SE AGRAVA”
Também é impróprio dizer que a saúde de alguém “se agrava” ou piora. O que piora ou se agrava é o estado ou a condição de saúde de alguém. É o mesmo que ocorre com a situação das pessoas. Por isso, evite falar em imigrante, contribuinte ou motorista “irregular”. No caso, não é a pessoa que é irregular, mas a sua situação.

RECUSAVA-SE A FAZER “HORA-EXTRA”
Extra (adjetivo) liga-se sem hífen a um substantivo: Recusava-se a fazer hora extra. Também não tem hífen: bom humor, braço direito, fim de semana, mão de obra, mau cheiro, meio ambiente, peso pesado (lutador de boxe), ponto de vista.

Quais de nós? Quaisquer de nós?
Quando faz parte do sujeito, o verbo concorda com o segundo pronome: Quais de nós aqui estaremos em 2050? Quais de nós resistiremos a uma doença dessas? Quaisquer de nós cairíamos nesse conto do vigário.

Qual de nós? Qualquer de nós?
Quando fazem parte do sujeito, o verbo concorda com o primeiro pronome: Qual de nós estará vivo em 2050? Qual de nós resistiria a uma doença dessas? Qualquer de nós cairia nesse conto do vigário.

Qualquer / nenhum
Convém não confundir. Ambos são pronomes indefinidos. Mas “qualquer” se usa nas frases declarativas afirmativas, enquanto “nenhum” (e variações) se emprega nas negativas. Portanto: Qualquer brasileiro gosta de futebol; Não tenho nenhum interesse nessa negociação; Ninguém via nenhuma virtude nele; Não estão abertas nenhumas inscrições para o Banco do Brasil.

QUAL É A CORRETA FORMA DO PLURAL DA PALAVRA CORREMÃO?
Corremão, por incrível que pareça, além da consagrada forma corremãos, admite a forma corremões.

ÍNTERIM OU INTERIM?
A palavra em questão é proparoxítona. A correta pronúncia é “ínterim”, com acento agudo no primeiro “i”.

Amputar /decepar
Convém não confundir: Amputar é cortar cirurgicamente membro do corpo ou parte dele, geralmente por necessidade: amputar um braço, uma perna, um dedo.
Decepar é destacar do tronco um membro, cortando violentamente (a machadada, por exemplo): Ao rachar lenha, decepou um dedo.

ESTUPRO
“O marginal foi preso por crime de estrupo”. Além de ser um crime bárbaro, é também um crime contra o vernáculo! Portanto, não existe a palavra “estrupo”. O nome do delito é ESTUPRO. Frase correta: O marginal foi preso por crime de estupro.

(*) Graduado em Letras Plenas, com Especialização em Língua Portuguesa e Literatura, na Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA). É, também, funcionário do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE) de Sobral (CE). Contatos: (88) 99762-2542 e (88) 98141-2183.

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