De Olho na Língua
Origem e etimologia da palavra Guaratinguetá
Guaratinguetá é uma palavra de origem tupi-guarani: “guará” (=garça) + “tinga” (=branca) + “eta” (= muito) e significa “muitas garças brancas”.
O dia 13 de junho de 1630, data dedicada a Santo Antônio padroeiro, marca a fundação de Guaratinguetá pela construção da capela erguida de palha e parede de mão.
É correto dizer: Edifício situado à rua…?
Para alguns, pode parecer mais chique dizer: “Edifício situado à rua tal”. Mas está errado. O verbo “situar” pede a preposição “em”, e o mesmo vale para seu particípio situado (a). O correto é dizer: “Edifício situado na rua tal”.
Convém lembrar que a preposição “em” é a que se deve usar também com as palavras “sito” (equivalente a situado), residente e morador. Exs.: Edifício sito na rua tal; Fulano de tal mora na Rua São Pedro; Fulana de tal reside na Rua Domingos Olímpio; Fulano de tal, morador na rua tal. E isso vale não só para os contratos imobiliários. Vale em qualquer circunstância em que sejam usados os termos: sito, situado, residente, morador. Sempre a preposição “em”.
Qual o modo correto: “Ao mesmo tempo em que” ou “Ao mesmo tempo que”?
A expressão que deve ser usada é “ao mesmo tempo que”, sem a preposição “em”. Trata-se de uma locução fixada pela tradição da Língua. É o mesmo que se verifica nas locuções “à medida que”, “à proporção que” e “ao passo que”. Da mesma maneira que não se deve dizer “à medida em que”, “à proporção em que” e “ao passo em que”, não se deve dizer “ao mesmo tempo em que”.
Claro que, não se tratando dessas expressões, a preposição “em” aparece normalmente. Exs.: “No tempo em que”, “Desde o tempo em que”, “Na medida em que”, “Na proporção em que”. Mas são expressões fixas, sem o “em”: “À medida que”, “À proporção que” e “Ao mesmo tempo que”.
O termo bacharel só pode ser usado para os formados em Direito?
O emprego do termo “bacharel”, como sinônimo de advogado, ou seja, alguém que se formou em Faculdade de Direito, é uma tradição brasileira. Essa restrição de sentido, porém, constitui um “brasileirismo”, isto é, um uso peculiar ao Português falado no Brasil. Mas, por si mesmo, o termo serve para designar também a pessoa que se formou em Faculdade de Filosofia ou de Ciências e Letras.
O que ocorre é que uma pessoa que se formou em Letras ou Matemática, por exemplo, para poder lecionar no ensino médio, precisa, além do Bacharelado, da Licenciatura. É a Licenciatura que habilita alguém para o magistério, mas a Licenciatura supõe o Bacharelado. Portanto, para alguém ser reconhecido como professor, é preciso que tenha obtido dois certificados ou diplomas: Bacharelado e Licenciatura. Os professores são, portanto, bacharéis nas suas áreas.
(*) Graduado em Letras Plenas, com Especialização em Língua Portuguesa e Literatura, na Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA). É, também, funcionário do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE) de Sobral (CE). Contatos: (88) 99868-2517 e (88) 98141-2183.