Imprensa escrita, Imprensa falada, Imprensa televisada (ou televisionada)
Embora já bastante vulgarizadas e acolhidas em dicionários, estas expressões pecam pela impropriedade de adjetivação. Diga-se apenas imprensa (com referência a jornais, livros e revistas), rádio, televisão. Para designar o conjunto dos processos escritos e eletrônicos de divulgação de informações, prefira-se meios de comunicação ou veículos de informação.

Existe alguma diferença entre invenção e invento?
Existe, sim. As duas palavras exprimem o que se inventou, a obra do inventor, com a diferença que invenção é termo mais abrangente. O invento se restringe às artes. O computador, o telefone, o rádio, a pilha são invenções; o cinema, além de invenção, é um extraordinário invento. Há coisas, no entanto, que não podem (nem devem) ser inventadas. Um estudante participante do ENEM, no entanto, preocupado com o futuro dos inventores, escreve isto: “Lavoisier foi guilhotinado por ter inventado o oxigênio”. Esse é o tipo de invento que, em verdade, é uma invenção.

Pediu maiores detalhes sobre o caso
Caro redator, não se pede “maiores detalhes”, pois não se trata do tamanho, mas da quantidade dos detalhes. Diga-se: Pediu mais detalhes sobre o caso. Da mesma forma: Queria mais (em vez de “maiores”) esclarecimentos sobre o assunto; Faltam mais (e não “maiores”) informações sobre o acidente.

Tráfego/trafegar; Tráfico/traficar
Convém não confundir esses termos. 
TRÁFEGO – Entre outros significados, é o movimento de veículos, navios, aviões, pedestres, etc. numa área ou numa rota. Ex.: O tráfego aéreo foi interrompido por causa do mau tempo; Não é permitido trafegar em estradas públicas com a plataforma ocupada à colhedora.  O verbo correspondente ao substantivo tráfego é trafegar.
TRÁFICO – É negócio desonesto, ilícito ou fraudulento. Ex.: Tráfico de drogas; Tráfico de escravos; Tráfico de influência; Tráfico de mulheres; Tráfico de órgãos humanos, etc. O verbo correspondente a tráfico é traficar.
NOTA: É Bom não confundir esses termos porque, observei em uma instituição de ensino em nossa cidade, pessoas que trabalham no setor que é para ser denominado de tráfego, eles chamam de tráfico, o que é muito perigoso.

Suicidar / Suicidar-se
Conquanto “sui occidare” já significa dizer “matar a si mesmo”. A língua portuguesa registra o verbo suicidar-se. Trata-se, no caso, de um pleonasmo arbitrariamente consagrado. Não há nenhuma incorreção em dizer: Fulano de tal se suicidou (suicidou-se). O que a língua não aceita é dizer: Fulano de tal se suicidou-se. Aí, já é demais…

Atrás de / Detrás de / Por trás de / Por detrás de
Essas expressões são equivalentes: Ficamos escondidos atrás da (ou detrás da, ou por trás da, ou por detrás da) porta. Atrás do (ou detrás do, ou por detrás do ou por trás do) meu colégio passa uma grande avenida. Atrás de (ou detrás de, ou por trás de, ou por detrás de) tudo havia o dedo do governador. Há nas outras expressões (detrás de/por trás de/ e por detrás de) mais ênfase, por serem menos usadas que a primeira: atrás de (que é a mais usada por todos que escrevemos). Ex.: Quero ver todo político corrupto detrás das grades (coisa dificílima de acontecer)

(*) Graduado em Letras Plenas, com Especialização em Língua Portuguesa e Literatura, na Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA). É, também, funcionário do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE) de Sobral (CE). Contatos: (88) 99762-2542 e (88) 98141-2183.

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