Correto / corrigido (Qual a diferença?)
A leitora Ana Cláudia diz: Já ouvi a respeito do emprego de “correto” e “corrigido”, mas ainda persistem dúvidas. O senhor poderia aclará-las?
Pois não, cara leitora! Farei isto com muito prazer. Correto é particípio passado irregular do verbo corrigir e indica estado, como vemos na frase seguinte: O exercício estava correto, isto é, não precisou de correção. Se, porém, quisermos traduzir a ideia de ação, devemos empregar “corrigido” e não “correto”, como por exemplo: O exercício foi corrigido cuidadosamente.

Então, devo dizer: Este exercício está correto?
Se o exercício não precisou de correção, ele está correto. Se, porém, continha erros, você deverá dizer: Ele foi corrigido, isto é, precisou de correção.

Qual a diferença entre os termos conjuntura e conjectura?
Emprega-se conjuntura na acepção de oportunidade, situação. Ex.: Não perdia a calma naquela conjuntura. Já conjectura significa presunção, suposição, como se vê na frase seguinte: Ele entregou-se a toda a espécie de conjecturas ou suposições. Daí o verbo conjecturar: supor, imaginar. Conjetura e conjectura são formas variantes. Ambas estão corretas.

Afundar / afundar-se
Convém não confundir. Afundar é ir ao fundo; imergir. Afundar-se é ir a pique, naufragar, soçobrar. Alguns dicionários não registram tal diferença. Um mergulhador afunda, mas logo volta à tona. Já o Titanic se afundou. Muito diferente é um submarino afundar, e outro afundar-se. Para aquele se trata de operação rotineira; para este, nem tanto.

Afta bucal
Ao contrário do que muita gente pensa, não há redundância nesta combinação. As aftas, sem embargo de ocorrerem mais na mucosa bucal, também aparecem nas mucosas genitais.

Aferir / auferir (Qual a diferença?)
Convêm não confundir. Aferir é conferir (peso, medidas, etc.) de acordo com o estabelecido (aferir balanças, latas de óleo, taxímetro, etc.). Auferir é obter, colher (auferir lucros, vantagens, benefícios, etc.)

À exceção de / Com exceção de
As duas locuções são boas e se equivalem: Todos ali são bandidos, a (ou com) exceção de um ou outro; À (ou com) exceção de Matemática, nas demais disciplinas ela só conseguia a nota máxima; Todo o mundo elogiou a festa, à (ou com) exceção dela.

A expensas de
Sempre sem acento (crase): Ele vive a expensas da mulher; Viajou a expensas da firma. Não existe a locução “às expensas de”, assim como não existe ‘às custas de”, mas elas constam em certos dicionários.

Amamos e obedecemos nossos pais
Diga-se, acertadamente: Amamos nossos pais e lhes obedecendo. O verbo “amar” exige objeto direto, enquanto “obedecer” pede objeto indireto. Devemos dar, a cada um deles, seu objeto adequado.
Vejamos outros exemplos: Gostamos e bebemos guaraná – Deveremos dizer: Gostamos de guaraná e o bebemos; Aspiramos e desejamos a glória – O correto é: Aspiramos à glória e a desejamos.
Observação: O Português hodierno não leva essa regência à risca.

(*) Graduado em Letras Plenas, com Especialização em Língua Portuguesa e Literatura, na Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA). É, também, funcionário do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE) de Sobral (CE). Contatos: (88) 99762-2542 e (88) 98141-2183.

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