De Olho na Língua
Cateter
É palavra oxítona, isto é, a sílaba tônica é a última (ter). Não leva acento porque é palavra oxítona terminada em “r”. É termo de medicina que designa tubo de baixo calibre que se introduz no corpo, especialmente em ações diagnósticas ou terapêuticas. Ex.: Não se usa gaze na limpeza da boca que será feita por aspiração suave com cateter de borracha mole. OBS.: Seu plural é cateteres (té).
O gramático Napoleão Mendes de Almeida, em sua excelente Gramática Metódica da Língua Portuguesa, registra essa palavra como paroxítona. Isto é: cateter (sílaba tônica no “te”: catéter), cujo plural é cateteres (catetéres).
Ureter
A sílaba tônica é a última (ter) e, por isso, a palavra não leva acento (oxítona terminada em ‘”r”). Cada rim apresenta um duto coletor, o ureter. Seu plural é ureteres (té). Ureter significa cada um dos dois canais que conduzem a urina dos rins para a bexiga. OBS.: Napoleão Mendes registra a palavra ureter como paroxítona (uréter), dando como plural ureteres.
Missa de Sétimo Dia
Apesar de ser assim anunciada, a expressão castiça é: Missa do sétimo dia. Quando o substantivo é determinado, usa-se o artigo obrigatoriamente. Ademais, antes de numeral ordinal não se deixa de empregar o artigo. Exs.: Comi o segundo bife; Estamos no sétimo andar; Procure ler o quarto capítulo. Por isso é que temos de usar o artigo, ainda nessas expressões: Comemorações do primeiro aniversário; Missa do trigésimo dia; Supletivo do Primeiro e do Segundo Graus (Grau), além de outras. Pois, então, não se diz “missa do primeiro aniversário, missa do sétimo aniversário?’’ Por que, então, dizer “missa de sétimo dia?” Deixemos, contudo, esses acontecimentos do sétimo dia e passemos a outro, menos triste.
Circuito / gratuito / fluido
Pronunciam-se com acento no “u” do ditongo: Circúito, gratúito, flúido (o substantivo). É verdade que apresentadores e repórteres de televisão continuam dizendo “circuíto”, “gratuíto” e “fluído”, mas creia: são apenas os despreparados. Sugiro a esses apresentadores e repórteres que sejam coerentes, pronunciem também: descuído, fortuíto, intuíto e outras besteiras.
O escolhido “foi eu” ou “fui eu”
A frase correta é: “O escolhido fui eu”. Se o predicativo for nome de pessoa ou pronome pessoal, o verbo ser concorda com ele. Exs.: O escolhido fui eu; As esperanças do time eram o melhor jogador; O responsável por esse projeto sou eu; Os convidados fomos nós.
Se o sujeito for nome de pessoa ou pronome pessoal, o verbo ser deve concordar com ele. Exs.: Eu fui o escolhido; Marcos era a esperança do Palmeiras; Fernando Pessoa é muitos poetas ao mesmo tempo; Eu sou o responsável por tudo nesta obra; Ele é forte, mas não é dois. Se houver dois pronomes pessoais, o verbo ser concorda com o primeiro: Eu não sou você; Ele não é eu; Nós não somos você.
A locução “de formas que” é correta?
Não. Não existe “de formas que”, nem “de maneiras que, de modos que”. Use somente: de forma que, de maneira que, de modo que (sempre no singular).
(*) Professor Antônio da Costa é graduado em Letras Plenas, com Especialização em Língua Portuguesa e Literatura, na Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA). Contatos: (088) 99373-7724.