“Tacharam-me de subversivo” ou “taxaram-me de subversivo”?
Ambas corretas, porque se usa taxar tanto para qualidade boa quanto para a má. Não se pode dizer o mesmo, contudo, para o verbo tachar, que significa nódoa, mancha (conotação sempre pejorativa). Taxar, por sua vez, não traz radical de significado pejorativo e se usa por considerar, ter em conta, embora alguns dicionários não façam o registro.
Assim temos: João tachou os colegas de vagabundos; Ministro tachou as notícias de falsas; Fomos tachados de subversivos; Injustamente, tachei-os de mesquinhos, de imbecis, de ignorantes.
Em todas essas quatro frases poderíamos ter o emprego de taxar. Mas não poderemos usar tachar em frases do tipo: Nunca o taxaram de patriota, de cumpridor de seus deveres; Taxá-los de inteligentes, eu? Nunca! – Alguma vez taxaram-me de honesto, Carlos?

Trabalhadora é igual a trabalhadeira?
Não. Uma pessoa trabalhadora é aquela que, com a sua atividade, colabora para o progresso do País, comparecendo assiduamente ao local de trabalho. Uma pessoa trabalhadeira é aquela que, além disso, trabalha denodada e prazerosamente. Podemos, assim, ter uma pessoa trabalhadora sem ser trabalhadeira, mas não será isso sem aquilo.

Casal / par / parelha
CASAL – Aplica-se ao ajuntamento do macho e da fêmea (casal de canários, casal de coelhos, casal de baleias);
PAR – Refere-se a dois objetos que costumam andar juntos (par de luvas, par de óculos, par de meias) e também a duas pessoas: um par de namorados, um par de amigos.
Existe ainda a palavra PARELHA para indicar par de animais especificamente cavalos e muares: Uma bonita parelha de burros.

Ínterim ou interim?
A palavra em questão é proparoxítona. A correta pronúncia é “ínterim”, com acento agudo no primeiro “i”.

Sou “de” menor / Sou “de” maior
Ninguém é “de” menor, nem “de” maior. Na língua culta ou mais cuidada existe o menor de idade e o maior de idade. Portanto, diga sempre, como gente grande: Sou menor, ou, então, como gente que entende: Sou maior. No registro coloquial, todavia, só se encontra “de” menor e “de” maior. Um dicionário (Aquele) abona as expressões impugnadas. Compreende-se.

Ouvir e escutar (Qual a diferença?)
Esses verbos não devem ser empregados como sinônimos. ESCUTAR é prestar atenção, preparar o ouvido para ouvir. OUVIR é perceber pelo sentido do ouvido. Assim, tanto podemos escutar sem ouvir, como ouvir sem ter escutado. Exs.: Flávia ouvia sem escutar as observações psicológicas de sua ama (Camilo, A enjeitada, pág. 217, 2ª edição); Ergue-se trêmula, a moça, escutou, e ouviu o tropear de cavalos (Id. Doze casamentos felizes, pág. 48, edição 1861).

Ídolo é substantivo sobrecomum ou comum de dois gêneros?
A leitora Ana Carlos tem dúvida quanto ao gênero da palavra ídolo. Cara Ana, ídolo é sobrecomum. Devemos dizer ídolo tanto para homem, como para mulher: Ela é o meu ídolo; A atriz Vera Fischer é meu ídolo na televisão. Mas um dos maiores salários da TV brasileira (Fausto Silva) não tem conhecimento disso. Ele sempre diz: minha ídola, minha anja, etc. Fazer o quê?
(*) Professor Antônio da Costa é graduado em Letras Plenas, com Especialização em Língua Portuguesa e Literatura, na Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA). Contatos: (088) 99373-7724.

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