Dom Orani Tempesta é primeiro cardeal a integrar a Academia Carioca de Letras

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Dom Orani João Cardeal Tempesta, O. Cirst., Cardeal-Arcebispo de São Sebastião do Rio de Janeiro, desde quarta-feira, 28/08, é o novo ocupante da cadeira de N° 10 da Academia Carioca de Letras, patronímica de Joaquim Noberto, historiador e poeta, se constituindo o primeiro bispo e cardeal a integrar a Academia. A última ocupante foi a acadêmica Stella Leonardos, teatróloga e tradutora brasileira que presidiu a Academia Carioca.
O presidente, acadêmico Cláudio Murilo Leal, abrindo os trabalhos, emocionado, afirmou que não era um acadêmico octogenário que cumprimentava o Cardeal OraniTempesta, mas, o menino que um dia foi acólito de um sacerdote da Igreja Católica. Depois, em homenagem ao ex-presidente e articulador da eleição de Dom Orani, acadêmico Ricardo Cravo Albin, atual presidente de honra da entidade e cavaleiro da Nobre e Pontifícia Ordem Equestre do Santo Sepulcro de Jerusalém, passou a Ricardo Albin a presidência. O acadêmico Albin destacou a festa da Academia naquele belo entardecer da Cidade Maravilhosa, feliz em receber tão alto dignitário eclesiástico, pois, o patrono da Academia é um santo católico, São José de Anchieta.
Cumprindo a formalidade acadêmica, o acadêmico Bernardo Cabral que já foi Ministro da Justiça e Senador da República, cavaleiro da Nobre e Pontifícia Ordem Equestre do Santo Sepulcro de Jerusalém, recebeu Sua Eminência o Cardeal Tempesta com a saudação acadêmica. Dizia o orador da sua honra em receber naquela Casa fundada em 8 de abril de 1926, Dom OraniTempesta, destacando a biografia do novo imortal e citando artigo de Ricardo Cravo Albin, seu irmão de Ordem na Ordem do Santo Sepulcro de Jerusalém, em homenagem ao Grão-Prior na mesma Ordem, Dom OraniTempesta, intitulado “O Cardeal dos Pobres e a Academia Carioca”. Em seu belo artigo, Albin destaca: “Dom OraniTempesta, com o peso de ser o Arcebispo de um Rio de Janeiro empobrecido, e com a pompa, que ele esconde, de ostentar o título de Príncipe da Igreja, saiu às ruas e às paróquias mais humildes para ir de encontro aos pobres. Conhecido por sua simplicidade e – eis aí a essência pastoral – pela proximidade com os mais humildes, o padre Orani fez das tripas coração para acolher as instruções do Santo Padre, fornecendo comida à população de rua, acarinhando os doentes e abençoando um a um os muitos miseráveis que foram a ele em busca de comida. Ou até de um olhar misericordioso”.Afirma, Albin, que chamou“o Cardeal Orani de Padre por duas razões. A primeira porque os religiosos que esgrimem comiseração e ação pontual pelos pobres me fazem evocar Dom Helder Câmara, um iluminado que me honrou com a amizade desde o começo da Feira da Providência. Chamava-o, pela intensa admiração, de Padrezinho.A segunda razão de nomear o antigo monge Dom Orani de padre – mas, atenção, só nesta crônica, e nunca mais, é porque ele acaba de ser aclamado pela quase centenária Academia Carioca de Letras como acadêmico, agora um imortal por prover fartos benefícios culturais à Cidade de São Sebastião”.
Bernardo Cabral, com sua conhecida eloquência, disse que outros confrades seus poderiam fazer aquela saudação ao imortal cardeal, eleito por unanimidade, o que se constituiu “aclamação”, mas, nenhum faria com sua emoção, aplaudindo o trabalho e a ação de Dom Orani não só em prol dos católicos, mas, de todos os cidadãos residentes naquela Cidade. Foi ele quem entregou a Dom Orani o diploma Acadêmico e o colar foi entregue por Ricardo Cravo Albin.
Fazendo seu discurso de posse, o Cardeal Tempesta cumprimentou o Presidente Cláudio Murilo Leal,o professor e advogado Dr. Bernardo Cabral, o Presidente de Honra, escritor, jornalista, historiador, crítico e radialista, Acadêmico Ricardo Cravo Albin, as autoridades que que se faziam presentes, o Vice-Governador do Rio, Cláudio Castro, a represente da Academia Brasileira de Letras, Nélida Piñon, os representantes da Secretaria de Cultura, da PUC-Rio, da Associação Cultural da Arquidiocese, da Associação Cultural da Arquidiocese do Rio de Janeiro, os cavaleiros e dama da Ordem Equestre do Santo Sepulcro de Jerusalém, os sacerdotes e demais representantes de entidades ali presentes. Sua Eminência afirmou: “fazer parte desta Academia é para mim uma oportunidade de continuar o diálogo da Igreja com a cultura, pois, juntamente com o diálogo ecumênico e inter-religioso, é importante trabalharmos juntos na conquista de grandes ideais de justiça e paz”. Ao destacar a importância de São José de Anchieta, patrono da Entidade, lembrou que há quatros estivera naquele mesmo auditório, “para inaugurar a Comenda da Ordem Padre José de Anchieta, homenagem que guardo com especial apreço. Naquela data, tive a oportunidade de traçar para os senhores um breve perfil do Patrono da entidade, José de Anchieta, Santo e Escritor”, dando sequência ao seu belo pronunciamento.
Da Ordem Equestre do Santo Sepulcro estávamos presentes, representando Sua Excelência a Lugartenente Dama de Comenda Isis Penido, o Comendador Aristóteles Drummond, o Cavaleiro Ricardo Cravo Albin, o Cavaleiro Bernardo Cabral, a Dama Manoela Ferrari e o Cavaleiro José Luís Lira.
Além das autoridades citadas estavam jornalistas, escritores, intelectuais, personalidades do mundo civil, eclesiástico e militar, com destaque para os acadêmicos Arnaldo Niskier (da ABL), Sergio Fonta, vice-presidente da Academia Carioca e Adriano Espínola, secretário. A atriz Rosamaria Murtinho também se fez presente, com sua elegância e cordialidade.
Vida longa ao novo imortal!

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