Lobo em pele de cordeiro. Foi a primeira frase que me veio à mente quando ouvi o depoimento de uma pobre viúva, ainda jovem, de pouca instrução, que mora numa pequena casa na periferia de Sobral.
Disse-me ela: “A promessa daquele homem bem parecido e sério, que aparentava mesmo ser um ´homem de Deus´, era que a minha pensão (aposento) se transformaria num salário confortável. Isso até me daria direito a comprar uma mansão aqui e outra no Céu”. E, quase em prantos, ela arrematou: “Só que deu tudo errado. Eu perdi também o que entreguei nas mãos dele”.
Pois é, amigo leitor! Isso é apenas um dos inúmeros casos de assalto em nome da fé que acontecem Brasil afora. Conforme constatamos, hoje se fala, inclusive, até na venda de um “lugarzinho” no Paraíso. E, pasmem! Em suaves prestações.
Sabe-se perfeitamente que a lei assegura o direito à liberdade de culto e que também há pessoas sérias e com bons propósitos em todas as religiões. Mas o pior é que o contrário vem se alastrando e nas barbas da Justiça. Pena que, em muitos casos, infelizmente eles vêm sendo perpetrados pela força do mal. Faz-se, então, necessário e urgente impedir que essa liberdade de culto seja escudo para que lobos em pele de cordeiros continuem a agir livre e impunemente. É preciso que fique bem claro que essa brecha legal maldosamente aproveitada por bandidos não lhes dê a garantia de que justiça e população têm de permanecer de braços cruzados, cientes de tudo e deixando tudo correr frouxo.
Além de persistir exigindo da Justiça as providências necessárias taisara casos dessa natureza, é aconselhável que cada um esteja com desconfiômetro acionado. Sem fazer muito esforço, descobre-se rapidinho que existem por toda parte elementos se travestindo de religiosos, sendo que em seu interior são verdadeiras serpentes do maligno.
Para piorar, observa-se que é alarmante o contingente de pessoas “dando sopa” para a gula dos espertalhões de plantão. Existem milhões de crianças e adolescentes ingênuos, necessitados de orientação espiritual, de auxílio financeiro ou até mesmo carentes da alimentação para sobreviver. Tais ovelhinhas caem no laço logo no primeiro convite, recheado de promessas grandiosas e hipnotizantes.
Além desses, há também milhões de adultos ávidos por algo a que se apegar. Assim, cedem facilmente diante de qualquer promessa de suposta melhora na vida ou diante de qualquer “milagre”. Só não enxergam que tais milagres são meticulosamente arquitetados pela cabeça poderosíssima dos tidos e havidos como “homens de Deus” e seus ajudantes. Todo cuidado é pouco!
Repito: Desconfiômetro ligado e muita precaução diante daqueles que prometem tudo resolver como num passe de mágica. Mas tudo isso deve ser feito com racionalidade e inteligência, procurando discernir quem é do bem de quem é do mal, a fim de não tomar medidas precipitadas.
Outra coisa: Vale lembrar que não é o pastor, o padre ou o guia religioso que é abusador sexual, que é ladrão ou enganador. É, sim, o abusador sexual, o ladrão ou o enganador que resolveu tornar-se pastor, padre ou guia religioso para atingir seus objetivos escusos.
Lamentavelmente ainda está faltando mais pessoas que libertem da ignorância, da ingenuidade, nem que seja a duras penas, as vítimas que, na maioria, são incautas pessoas e com extrema facilidade de serem manipuladas. Sem esses anjos guardiões defensores, milhões delas continuarão sendo presas fáceis dos falsos anunciadores da palavra de Deus.
Creio piamente que penas duras para esses infames criminosos já estão reservadas lá por cima. Mas para que eles cá embaixo também recebam o que realmente merecem, urgente se faz que cada um de nós e a justiça façam sua parte. Nós, denunciando; a Justiça, punindo.
E que assim seja!

Sobralidade em gotas
Monte Castelo – este era o antigo nome do bairro dom expedito, que fica na margem direita do rio

Pérolas do rádio
Disse um radialista: “o poblema daquela rua continua. Possivelmente porque nosso progama ainda não buscou a correção desse probema”. No caso, acho que o programa tem de buscar antes da correção do problema a (correção) dos erros de português do locutor.

 

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