Edições UVA e Blucher lançam obra sobre feiras nordestinas

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As Edições UVA em parceria com a editora Blucher, acabam de publicar mais uma obra, nos formatos físico e e-book. O título “A Metamorfose das Feiras Nordestinas: a Inserção da Confecção Popular” de autoria do Prof. Dr. Luiz Antonio Araújo Gonçalves, foi lançado no início de setembro nas dependências da Universidade de São Paulo, por ocasião do XIII Encontro Nacional da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Geografia – XIII ENANPEGE, de 2 a 7 de setembro de 2019. São 248 páginas dedicada ao fenômeno de expansão do comércio da confecção popular nas feiras livres nordestinas.
O trabalho resulta do desenvolvimento da tese de doutorado defendida pelo autor, na UECE – Universidade Estadual do Ceará, que teve como cenário pesquisado, a feira de Aprazível, em Sobral, Ceará; a de Caruaru, em Pernambuco e a de Serrinha, na Bahia. O autor, professor do curso de Geografia da UVA – Universidade Estadual Vale do Acaraú, expressa agradecimentos aos trabalhadores das diversas feiras livres nordestinas, que na luta diária pela sobrevivência, segundo ele, revelam a essência de um povo obstinado pelo trabalho, capaz de empreender transformações no espaço de atuação, na economia e na cultura de sua região. Ele destaca, ainda, que a feira livre passa por mudanças significativas desde os anos 1970, quanto a seu conteúdo. “Compreende-se que o fenômeno de expansão do comércio de confecção nas feiras livres não é apenas local, mas também de abrangência regional”, ressalta o pesquisador.
Segundo a professora Zenilde Baima Amora, do Programa de Pós-Graduação em Geografia da UECE, que prefaciou a obra, o trabalho contribui para a reflexão de um tema caro à Geografia. “A escuta dos feirantes e as visitas às feiras foram fundamentais para que Luiz Antonio nos brindasse com novas descobertas que, muitas vezes, só um mergulho mais profundo na realidade proporciona”, ressalta.
O fato é que uma nova ordem econômico- industrial determina a entrada da confecção popular no espaço das feiras livres, nesta região, interferindo no jeito de ser de um povo. A confecção barata, trazida do Sudeste alojou-se, de forma decisiva, nos locais antes ocupados por vendas de gêneros básicos de subsistência, animais de pequeno poste, frutas, verduras, utensílios domésticos. No mesmo cenário, manifestações sociais, artísticas e culturais também perderam espaço. A expressão artística ali se manifestava no artesanato e nas apresentações de violeiros, sanfoneiros e cordelistas. Tudo mudou.

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