Educação: até onde vai a formação de uma pessoa

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Quando o jovem adolescente começa a descobrir nas relações cotidianas o seu sentimento de compreensão do mundo ao seu redor, ele tem a influência de fatores intrapessoais, que são as capacidades inerentes do indivíduo e as características adquiridas da sua personalidade. Outra coisa que influencia são os fatores interpessoais, ou seja, as identificações com outras pessoas. A partir daí a convivência com o meio em que vive, também, influencia muito com relação a fatores culturais.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) define adolescência como sendo o período da vida que começa aos 10 anos e termina aos 19 anos completos. É nesse tempo que começa a puberdade, período na adolescência no qual ocorre a transição da infância para a fase adulta, é marcada por diversas transformações físicas e psicossociais. Nos meninos: a voz começa a mudar de tom, fica barítono, cuja voz masculina se encontra entre as extensões vocais de um tenor e um baixo, e os pelos da barba e da região pubiana aparecem. Nas meninas: os pelos na região pubiana nascem e os seios aumentam. Em algumas delas, existe um certo desconforto e acabam querendo esconder o crescimento das mamas.
Nessas transformações físicas se agregam as psicossociais, quando a influência cultural é de fundamental importância para o crescimento da formação do adolescente. Ele começa a ficar em grupos. O primeiro deles é formado na sala de aula, depois nas festinhas de amigos da escola, que nesses encontros conhecem amigos dos amigos. E por aí vai. Nessa hora os pais têm de ficar no alerta e acompanhar o filho ou a filha que começa a paquerar e namorar. O adolescente muda de comportamento ao ponto de falar demais, ficar calado ou irritado. E não tem outra, os pais encetam perguntas para saberem o modo de proceder do filho nas suas relações interpessoais. É necessário saber das relações sociais dele. Que convívio ele está tendo. Como está se comportando diante das novas situações de convivência com os outros.
Posso dar o exemplo da máxima: “Diga-me com quem andas e te direi quem és”. Essa afirmativa está na cabeça de todo pai, de toda mãe. As perguntas a seguir são primordiais para um acompanhamento saudável no crescimento da identidade do adolescente. Com quem você vai sair? Quem mais vai estar com vocês? Fulano e beltrano são filhos de quem? Que horas você vai voltar?
Veja bem, essas perguntas são um massacre para o adolescente. Ele não tem dimensão nenhuma do que isso representa para o pai e para a mãe. Ele não compreende que isso é CUIDAR, e cuidar é AMAR. Segundo Leonardo Boff, na sua obra “Saber Cuidar: Ética do Humano – Compaixão da Terra”, ele coloca questões para a gente cuidar dos animais, do meio ambiente, cuidar da vida. E por que não cuidar da nossa vida e de quem amamos? O nosso filho adolescente ainda está em formação de uma transição civilizatória. Ele precisa de guias com experiências de vida. E esses guias somos nós pais, até mesmo os irmãos mais velhos, tios e amigos.
Assim, podemos constatar que a formação de uma pessoa tem o princípio na barriga da mãe, (como já falei em artigo anterior), indo até à sua adolescência. E ainda digo mais: a nossa formação é contínua… não sabemos tudo, toda hora estamos aprendendo, contudo, sempre temos algo a acrescentar num debate inteligente e compreensível.

(Por Salmito Campos – salmitocamposs@gmail.com).

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