“O Homem e a Mulher” de Victor Hugo
(um texto adaptado)

Quando fui presidente do Rotary Club de Sobral-Betânia, depois de abertas as reuniões, costumava ler uma mensagem de auto-estima, de motivação, para dar um brilho diferenciado no início dos nossos trabalhos.
Todos nós rotarianos andávamos muitos empolgados com o clube que acabava de nascer, apadrinhado pelo Rotary Club de Sobral. Jovens de 30 a 40 anos, estávamos com muita energia para desenvolver projetos da Fundação Rotária em prol da comunidade sobralense.
Numa reunião em homenagem ao Dia Internacional da Mulher, li um poema escrito no ano de 1827. O autor: Victor Hugo (1802-1885), poeta, escritor, dramaturgo francês, estabeleceu a comparação mediante o seu gênio criador entre as duas principais criaturas que habitam o planeta Terra, intitulada “O Homem e a Mulher”.
Uma das participantes da reunião, (minha convidada, ativista, lutadora pela causa feminista), após a minha leitura relatou sem titubear: “Mas esse texto, Salmito, é muito machista, meu amigo!”. Fiquei um pouco apreensivo com o relato dela!
Após a releitura do poema, compreendendo perfeitamente a interpretação desta minha amiga, resolvi fazer uma adaptação para o Dia Internacional da Mulher no ano seguinte.
Realmente, o poema para aquela época se encaixava muito bem. Contudo, para os dias de hoje, é muito diferente a sua interpretação. Por isso resolvi modificá-lo, já pedindo perdão ao grande escritor Victor Hugo. Acredito que ele mesmo, nos dias de hoje, escreveria diferente. Antes, porém, vou expor alguns versos originais:
“O homem é a mais elevada das criaturas; a mulher é o mais sublime dos ideais. Deus fez para o homem um trono; para a mulher, um altar. O trono exalta e o altar santifica.
O homem é o cérebro; a mulher, o coração. O cérebro produz a luz; o coração produz o amor. A luz fecunda, o amor ressuscita.
O homem é o gênio; a mulher é o anjo. O gênio é imensurável, o anjo é indefinível.
O homem pensa; a mulher sonha. Pensar é ter uma larva no cérebro; sonhar é ter na fronte uma auréola. (…).
Enfim, o homem está colocado onde termina a terra. A mulher, onde começa o céu”.
Veja agora a minha adaptação abaixo:
A mulher é a mais elevada das criaturas e o mais sublime dos ideais. Deus fez para a mulher um trono e um altar. O trono exalta e o altar santifica.
A mulher é o cérebro e o coração. O cérebro produz a luz; o coração produz o amor. A luz fecunda, o amor ressuscita.
A mulher é o gênio e o anjo. O gênio é imensurável, o anjo é indefinível.
A aspiração da mulher é a suprema glória e a virtude extrema. A glória promove a grandeza; a virtude, a divindade.
A mulher tem a supremacia e a preferência. A supremacia significa força, a preferência representa o direito.
A mulher é forte pela razão e invencível pelas lágrimas. A razão convence; as lágrimas comovem.
A mulher é capaz de todos os heroísmos e de todos os martírios. O heroísmo nobilita; o martírio purifica.
A mulher é código e um evangelho. O código corrige; o evangelho aperfeiçoa.
A mulher é um templo e um sacrário. Diante do templo se descobre; diante do sacrário se ajoelha.
A mulher pensa e sonha. Pensar é ter uma larva no cérebro; sonhar é ter na fronte uma auréola.
A mulher é o oceano e o lago. O oceano tem pérola que adorna; o lago, a poesia que vislumbra.
A mulher é a águia que voa e o rouxinol que canta. O voar é dominar o espaço; cantar é conquistar a alma.
A mulher tem um fanal e uma estrela: A consciência e a esperança. O fanal guia; a esperança salva.
Enfim, a mulher está onde termina a terra e onde começa o céu.
Prof. Salmito Campos – (jornalista e radialista).

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