O Início da Educação Pública no Brasil

O surgimento da escola pública no Brasil se deu entre os anos de 1890 a 1931. “Nestes anos são implantados os chamados grupos escolares, ou seja, criação de escolas primárias nos Estados, podendo ser considerados como o marco inicial da educação pública, muito embora alguns dos tais grupos funcionassem nas residências dos professores, hábito que foi comum até o início do século XX. (nucleodoconhecimento.com.br).
Mesmo com a criação de escolas públicas, no período do império, o modelo tradicional se manteve: a leitura e a aritmética eram as bases do ensino, acompanhadas de algum ensino moral ou religioso e, posteriormente, de noções de história e geografia. (gazetadopovo.com.br).
A escola tradicional “elaborada no século XIX, com uma tendência liberal, considera o professor como o agente principal da transmissão do conhecimento. Basicamente, no modelo que mais vemos em que o professor fala enquanto os estudantes recebem os conteúdos. (blog.pitagoras.com.br).
Na escola tradicional a memorização e as avaliações é que determinam o processo de ensino e aprendizagem. Ela é considerada por alguns educadores como se o aluno não tivesse nada a questionar em assuntos expostos pelo professor. Este, como protagonista, pode ser comparado como uma caixa d’água derramando os seus conhecimentos no copo do aluno.
Paulo Freire criticou o ensino das escolas tradicionais exatamente porque dizia que o professor apenas tinha o direito de “depositar” conhecimento nos alunos como se fosse em um cofre. Comparou esse modelo chamando de “educação bancária”.
Segundo Freire, a educação bancária é “um ato de depositar, em que os educandos são os depositários e o educador, o depositante”. A educação bancária privilegia a transmissão de conhecimento, sem se preocupar com a continuidade deste.
Características das escolas tradicionais:
Conteúdo: os conteúdos são exigentes e com pouca classificação, sem considerar as diferenças de aprendizagem para cada aluno.
Avaliações: as provas têm o objetivo de quantificar o aprendizado por meio de notas em um modelo único para todos os alunos.
Papel do Professor: existe uma hierarquia na sala de aula que deve ser seguida. O professor é considerado uma autoridade e autoritário, que não deve ser contestado.
Alunos Passivos: o estudante deve absorver o conteúdo ensinado pelo professor e respeitar as orientações sem contestar.
“A escola tradicional se tornou obsoleta com a geração Google, mas ainda vemos o crescimento de pré-vestibulares com o mesmo modelo tradicional de carteiras enfileiradas e larga produção de exercícios diários sendo preparados para uma avaliação tradicional que testa sua capacidade de memorizar e reproduzir conhecimento, adquirido de forma trivial”. (medium.com).
Surge a Escola Nova ou “a escola renovada que propõe um ensino que valoriza a autoeducação (o aluno como sujeito do conhecimento), a experiência direta sobre o meio pela atividade; um ensino centrado no aluno e no grupo”. (medium.com).
De uma certa forma a Escola Nova, ou escola liberal, foi um bom caminho para o aluno participar do debate e da interação dentro da sala de aula não só com os professores, mas com os próprios colegas de sala.
Porém, com o passar do tempo os alunos, como sujeito, passaram a intimidar os professores, que já não tinham (e não têm) mais autoridade em sala, devido o aluno ter assumido o seu protagonismo apoiado pela família. Hoje, o professor teme o aluno atrevido, desrespeitoso que em toda sala de aula tem. Estou falando de escola pública.
Prof. Salmito Campos – (jornalista e radialista).

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