EDUCAÇÃO E CIDADANIA •
Uma dúzia de refugiados se reuniu em um local ao sul das águas azuis profundas do Mar da Galileia para construir a sua nova comunidade, a salvo da crescente onda de antissemitismo na Europa. Assim nasceu o primeiro kibutz.
Os dez homens e duas mulheres decidiram criar uma utopia agrária judaica no que era então o Império Otomano, mas nenhum deles tinha qualquer experiência em agricultura. O grupo fundou formalmente seu assentamento entre 1909 e 1910 e o chamou de Deganya.
Apesar da falta de experiência, o grupo rapidamente transformou a terra árida mais fértil num próspero coletivo agrícola. O que começou como um aglomerado de cabanas cresceu, três décadas mais tarde, e se transformou em uma comunidade de 60 casas e uma dúzia de edifícios públicos.
O principal produto de exportação de Deganya era o leite, mas a comunidade também comandava 20 mil cachos de bananas, 12 mil caixas de laranjas e toranjas e 15 mil caixas de tomates por ano.
Deganya, que ainda hoje é habitada, é considerada o primeiro kibutz de Israel. O seu sucesso suscitou imitadores e, em 1950 – dois anos após a existência de Israel – havia 67.550 pessoas vivendo em 214 kibutzim (o plural hebraico de kibutz) em todo o país, de acordo com a Biblioteca Virtual Judaica.
Embora cada acordo fosse diferente, todos eram sustentados pelos ideais econômicos e interpessoais do socialismo e pelo espírito do sionismo (movimento internacional judeu que resultou na formação do Estado de Israel em maio de 1948). Os kibutzim eram geridos democraticamente, com os seus lucros reunidos e compartilhados pelos membros.
Nos primeiros dias de Israel, os kibutzim eram um importante motor econômico para Israel e uma parte integrante da identidade do país. Voluntários de todo o mundo reuniram-se nos kibutzim para colher fruta durante o dia e desfrutar do estilo de vida comunitário à noite.
Mas à medida que Israel passou de um estado pobre e desértico para uma economia moderna e vibrante, a influência e a proeminência dos kibutzim diminuíram.
Os kibutzim modernos têm populações de 100 a 1.000 habitantes, são seculares e abraçaram o capitalismo. Funcionários estrangeiros, especialmente da Tailândia, agora trabalham na terra. Hoje, apenas 30 kibutzim ainda aceitam voluntários, segundo o “The Jerusalem Post”.
Mas os kibutzniks, como são conhecidos os residentes dos kibutz, ainda são amplamente vistos como de tendência esquerdista. Muitos desaprovam as políticas atuais do governo ultranacionalista israelense em relação à Gaza e à Cisjordânia.
A Faixa de Gaza é uma região que forma, com a Cisjordânia, a Palestina. O território da Palestina busca reconhecimento internacional como um Estado.
O território gazeu serviu como abrigo para um grande número de refugiados que fugiram da Palestina após a fundação do Estado de Israel.
Geograficamente, a Faixa de Gaza possui relevo plano, além de clima e vegetação desérticos. É banhada pelo mar Mediterrâneo.
A população da Faixa de Gaza é de cerca de dois milhões de habitantes. O território possui uma das mais altas densidades demográficas do globo.
Economicamente, predomina o setor terciário, marcado pelas atividades informais no comércio e nos serviços.
A infraestrutura da Faixa de Gaza foi duramente atingida pelos conflitos bélicos, que são recorrentes na região.
A Faixa de Gaza é representada internacionalmente pela Organização para a Libertação da Palestina (OLP), porém, localmente, é dominada pelo grupo extremista Hamas. (cnnbrasil.com.br).
Como vimos, nasceu uma sociedade socialista em Israel, todavia, infelizmente foi invadida pelo capitalismo.
Prof. Salmito Campos – (jornalista e radialista).