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A Confederação do Equador
A Confederação do Equador foi um movimento revolucionário iniciado em Pernambuco, em 1824, que se espalhou para outras províncias nordestinas, como Rio Grande do Norte, Paraíba e Ceará. Os revoltosos se opuseram à forma autoritária com que a Constituição de 1824 fora elaborada e publicada pelo Imperador Dom Pedro I. (brasilescola.uol.com.br).
Gilberto Cotrim e Jaime Rodrigues falam sobre o assunto: “Nem todos os estudiosos concordam que a intenção dos membros da Confederação do Equador era formar um novo país, separando as províncias do norte do restante do Brasil. Maria Graham, uma viajante inglesa que escreveu um longo diário sobre os anos que passou no Brasil (1821 a 1826), conta que os pernambucanos desenvolveram forte sentimento contrário aos portugueses e a favor da autonomia e da república, mas não o desejo de se separar.
Esse sentimento se devia ao excesso de impostos cobrados pelo governo central e à demissão dos pernambucanos dos cargos públicos na província.
O historiador Evaldo Cabral de Melo entende que a principal reivindicação dos confederados não era separar o Brasil entre o sul monárquico e o norte republicano, mas criar uma federação que tivesse força para combater a recolonização e o absolutismo do imperador e permitisse que as províncias tivessem maior autonomia administrativa”. (Gilberto e Jaime).
“Dom Pedro I ao fechar a Assembleia Constituinte de 1823, impôs uma Constituição, no ano seguinte, que lhe assegurou poderes absolutistas. Além dessa oposição ao arbítrio do imperador, a confederação pretendia implantar o regime republicano. As tropas imperiais conseguiram abafar o movimento e matar seus líderes.
Logo após a proclamação da independência do Brasil, foi convocada uma Assembleia Constituinte, em 1823, com o intuito de elaborar a primeira Constituição brasileira. Na abertura dos trabalhos da assembleia, o imperador Dom Pedro I fez um discurso e afirmou que a Constituição deveria ser “digna do Brasil e de mim mesmo”, ou seja, a vontade do monarca.
Ao votarem os poderes do imperador, os Constituintes decidiram pela limitação, o que provocou violenta reação de Dom Pedro, ordenando o fechamento da Assembleia e a prisão dos constituintes. Em 1824, Dom Pedro I outorgou a Constituição do império brasileiro que lhe garantiu amplos poderes por meio da criação do Poder Moderador. (Este poder estava acima do Executivo, Legislativo e Judiciário).
Ao fechar a assembleia e elaborar uma Constituição sem nenhuma discussão, ele mostrou os perigos do seu autoritarismo. Contudo, o Nordeste não aceitaria a centralização do poder político de forma passiva. Os pernambucanos decidiram pegar em armas para lutar contra o autoritarismo do governo central.
O Nordeste atravessava um momento crítico nos primeiros anos do Brasil independente. Desde a crise do açúcar, logo após a expulsão dos holandeses, no século XVII, que a economia da região não conseguia se desenvolver plenamente como nos tempos coloniais. A crise econômica se associou aos problemas sociais e disputas de poderes dentro das províncias. A alta carga tributária também desagradou aos nordestinos.
Enquanto o Brasil se tornava uma monarquia, as antigas colônias espanholas se tornavam republicanas, tal qual os Estados Unidos, que haviam se tornado referência no processo emancipatório. Ao seguir o caminho oposto, alguns grupos das províncias decidiram organizar movimentos armados para derrubar o monarca autoritário e implantar a república no Brasil. Contudo, o governo central estava decidido a enviar suas tropas e usar todas as forças disponíveis para abafar essas revoltas.”
(brasilescola.uol.com.br).
Prof. Salmito Campos – (jornalista e radialista)