A Educação no Brasil e no Japão

No Brasil
Sentados nas carteiras, os alunos estão agitados para ir para casa depois de quatro aulas de 50 minutos. Esperando para tocar a sirene alguns já em pé e com as bolsas escolares fechadas, outros “grudados” no celular fazem aquela zoada de incomodar os nossos ouvidos.
Quando finalmente toca a sirene eles deixam ao chão pedaços de papel amassados, papéis de bombons e chicletes. Sem contar que saem aos gritos deixando as carteiras desfileiradas.
No pátio a situação é pior. Além de papéis em geral no chão encontramos restos de merendas espalhados pelos corredores. Nos banheiros, papel higiênico no chão, aparelhos sanitários sem ter dado descarga, urina no chão e espelhos sujos de batom.
Mas isso já vem da má educação quando se trata de colocar o lixo de casa depois que o carro do lixo passa. Aliás, se o carro do lixo passa pela manhã, há quem coloque o lixo na calçada no turno da noite.
Daí então o carro não passa, mas passa cachorro e gato rasgando os sacos procurando o que comer. Assim, surgem baratas, formigas e outros insetos invadindo as casas e apartamentos. Com isso, vem doença como dengue, xincungunha, gripe, etc.

No Japão
Por Steve John Powell e Angeles Marin Cabello – (bbc.com)
Sentados nas carteiras, os alunos estão ansiosos para ir para casa depois de um longo dia de sete aulas de 50 minutos, mas ouvem pacientemente enquanto o professor faz alguns anúncios sobre o dia seguinte.
Então, como sempre, ele encerra da seguinte forma: “Ok, pessoal, lista das tarefas de limpeza de hoje. As fileiras um e dois limparão a sala de aula. Três e quatro, corredor e escada. Cinco, banheiros.”
Alguns sinais de insatisfação podem ser notados na fileira cinco, mas as crianças se levantam, pegam os esfregões, panos e baldes no armário e partem para os banheiros. Cenas assim estão acontecendo ao mesmo tempo em escolas de todo o Japão.
A maioria das pessoas que visitam o país pela primeira vez ficam impressionadas com a limpeza das ruas. Então, percebem a ausência de lixeiras e de varredores e se perguntam: como é possível tudo estar tão limpo?
A resposta mais simples é que os próprios habitantes cuidam disso. “Durante os 12 anos de vida escolar, do ensino fundamental ao ensino médio, a limpeza faz parte da programação diária dos alunos”, diz Maiko Awane, diretora-assistente do escritório em Tóquio da Província de Hiroshima. “Em nossa vida doméstica, os pais nos ensinam que é ruim não mantermos nossas coisas e espaços limpos.”
A inclusão desse elemento no currículo escolar ajuda as crianças a desenvolverem uma consciência e um orgulho sobre os ambientes que frequentam. Que alunos vão sujar ou depredar uma escola que têm de limpar?
“Às vezes, não queria limpar a escola”, lembra a tradutora Chika Hayashi, “mas fazer isso era parte da rotina. Acho que ter de limpar a escola é uma coisa boa, porque aprendemos que é importante assumir a responsabilidade de cuidar das coisas e dos lugares que usamos.”
Ao chegar à escola, os alunos deixam seus sapatos em armários e trocam de roupa. Também em casa, as pessoas deixam seus calçados na entrada. Até os prestadores de serviço que vão a uma residência fazem isso.
E, à medida que as crianças crescem, o conceito do que constitui seu espaço se estende para além da sala de aula e passa a incluir a vizinhança, a cidade e o país.
Até os torcedores de futebol do Japão têm essa consciência. Nas Copas do Mundo de 2014 e 2018, surpreenderam o mundo ao recolher o lixo no estádio ao fim das partidas. Os jogadores também deixaram o vestiário em perfeitas condições. “Que exemplo para todas as equipes!”, tuitou a coordenadora-geral da Fifa, Priscilla Janssens. (bbc.com).
Prof. Salmito Campos – (jornalista e radialista).

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *