Cuidar do Meio Ambiente

O mundo já se deparou com seis conferências mundiais sobre o meio ambiente. Mesmo com tantos debates nesses encontros não se chegou ainda a um denominador comum para se cumprir com todos os objetivos acordados.
A Organização das Nações Unidas (ONU) promoveu o primeiro evento de maneira global em Estocolmo, capital da Suécia, entre os dias 5 e 16 de junho de 1972. Desde então, pouca coisa tem mudado concretamente.
Quais foram os principais objetivos da conferência: 1)Discutir as mudanças climáticas e a qualidade da água; 2)Debater soluções para reduzir os desastres naturais; 3)Reduzir e encontrar soluções para a modificação da paisagem; 4)Elaborar as bases do desenvolvimento sustentável; 5)Limitar a utilização de pesticidas na agricultura; 6)Reduzir a quantidade de metais pesados lançados na natureza.
Participaram do evento 113 países, dentre eles o Brasil e mais 400 organizações governamentais e não-governamentais, partindo logo com dois posicionamentos antagônicos: os países desenvolvidos defendendo o preservacionismo e os países em desenvolvimento, alegando a utilização dos recursos naturais para sua promoção econômica.
Muito bem. Como é que se chega a um pensamento comum se um grupo quer preservar o que tem, porque já usou o suficiente para si, e o outro grupo quer usar porque ainda não usou? Como diria um velho amigo meu Chico Liranha se referindo a um “ditado” sobre as contradições: “Só lá no Ubajara mesmo!”
Começando pelo primeiro objetivo: discutir as mudanças climáticas, já está relacionado com o segundo que é reduzir os desastres naturais. Este aqui está na nossa casa. A irresponsabilidade do governo municipal Sebastião Melo que promoveu o sucateamento do Departamento Municipal de Águas e Esgotos (Dmae), fez com acontecesse esse desastre ambiental em quase todo o Estado do Rio Grande do Sul. Nesse aspecto o mundo não evoluiu.
O terceiro objetivo: a modificação da paisagem está intrinsecamente ligada ao desmatamento e aos desastres naturais que podem ser evitados na medida em que o homem tome mais cuidado em cuidar do meio ambiente com mais responsabilidade.
O quarto objetivo o desenvolvimento sustentável, podemos contar com muitas empresas no mundo que já se direcionam aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas como a Colgate-Palmolive, o McDonald’s, o Bank of America, etc, e no Brasil como a Klabin, Lojas Renner, Papel Semente, Pantys, Patagônia, dentre outras.
O quinto objetivo: limitar a utilização de pesticidas na agricultura. Este é o mais vergonhoso de todos. Vejamos. “Um Livro lançado em 2023 mostra que em 2021, os 26 países da União Europeia EXPORTARAM para todo o planeta um volume de quase 2 milhões de toneladas de agrotóxicos, somando 14,42 bilhões de euros. Para o Mercosul seguiram mais de 6,84 mil toneladas de agrotóxicos PROIBIDOS em território europeu.
No Brasil, os limites de resíduos dessas substâncias nos alimentos e na água costumam ser até milhares de vezes maiores do que aqueles permitidos na União Europeia. O tebuconazol, por exemplo, inseticida PROIBIDO na Europa, pode provocar alterações no sistema reprodutivo e malformação fetal. Além de ser permitido no território brasileiro, o limite de resíduo tolerado de tebuconazol na água potável é 1.800 vezes maior do que o limite estabelecido na União Europeia. A substância é amplamente utilizada em alimentos como o arroz, alface, brócolis, repolho, mamão e outros.
Outro exemplo de disparidade de quantidade autorizada é o glifosato, agrotóxico mais vendido no país, considerado possivelmente cancerígeno para seres humanos pela Organização Mundial da Saúde (OMS). (wwf.org.br).
O sexto objetivo está omisso.
Prof. Salmito Campos – (jornalista e radialista).

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *