Estudante sobralense do IFCE detecta 46 asteróides em projeto da NASA
Por Samuel Carvalho
Redação Correio da Semana
Geovana Sousa Ramos, de 21 anos, estudante do curso de Licenciatura em Física do campus de Sobral participa do programa Caça Asteroides, projeto do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), em parceria com a Agência Espacial Norte-americana, a Nasa. Durante o período que participou do programa, a estudante detectou 46 asteroides que ainda não haviam sido identificados pela Nasa e recebeu certificado internacional assinado pelo ministro do MCTI, o astronauta Marcos Pontes.
Geovana Ramos é membro de uma das equipes do programa. A estudante participa do programa a partir de um projeto de extensão da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Em pouco tempo conseguiu destaque por detectar um grande número de asteroides em pouco tempo. “Consegui analisar mais de mil fotos em cinco dias”, retala Geovana sobre sua experiência. “Me dediquei muito para mostrar o potencial de uma cientista mulher e do interior do Nordeste. Passava horas no computador. Na minha cabeça, eu era a própria funcionária da Nasa”, brinca.
Geovana é natural de Manaus e veio morar no Ceará após ser aprovada para o IFCE via Sistema de Seleção Unificada (Sisu). O interesse pela Ciência vem da infância. “Sempre tive fascinação com os planetas”, diz. Geovana tem um canal no Youtube para divulgação científica, o “Astrofísica e Ciência”.
O programa Caça Asteroides tem o objetivo de popularizar a ciência entre cidadãos voluntários, com participação aberta a escolas, instituições, clubes de ciências e astrônomos amadores. É denominado cientista cidadão quem faz parte do programa que após treinamento online, torna-se capaz de fazer descobertas astronômicas originais, aprendendo astronomia na prática.
Os participantes recebem pacotes de imagens captadas pelo Telescópio da Universidade do Hawaii, nos Estados Unidos. Utilizando o software Astrometrica, os cientistas cidadãos conseguem detectar preliminarmente os asteroides, enviando relatórios para a Nasa. A confirmação vem após um longo processo de avaliação, que pode durar de seis a oito anos. Se confirmado, a pessoa que fez a descoberta pode nomear os asteroides como desejar.
No Brasil O Projeto Caça Asteroides tem o apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), agência vinculada ao MCTI, e do Instituto Brasileiro de Informações em Ciência e Tecnologia (IBICT), unidade de pesquisa vinculada ao MCTI. Os cienistas cidadãos recebem um certificado do IASC (International Astronomical Search Collaboration), o programa na Nasa que conta com a cooperação de várias nações do mundo para novas descobertas astronômicas.