Famílias brasileiras ficaram mais pobres nos últimos anos, aponta IBGE

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TEGUCIGALPA, HONDURAS - JULY 17: A child stands in the shack she shares with her family beside a dumpster in a gang infested neighborhood on July 17, 2012 in Tegucigalpa, Honduras. The family make their living by selling recyclables and other items they scavenge from the dumpster. Honduras now has the highest per capita murder rate in the world and its capital city, Tegucigalpa, is plagued by violence, poverty, homelessness and sexual assaults. With an estimated 80% of the cocaine entering the United States now being trans-shipped through Honduras, the violence on the streets is a spillover from the ramped rise in narco-trafficking. The non-governmental organization Doctors Without Borders has set up a program in the capital that looks to provide medical and psychological care to the homeless population. Each day a team goes out into the streets to meet with vulnerable groups of homeless to assess their needs. (Photo by Spencer Platt/Getty Images)

A maior parte das famílias brasileiras ficaram mais pobres nos últimos anos. Ao menos isso é o que demonstra o estudo realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgado na última sexta-feira (4).
A Pesquisa de Orçamento Familiar (POF) mostra que nos últimos nove anos, caiu o número de famílias que têm renda mensal superior a seis salários mínimos, ao mesmo tempo que aumentou o número delas que vive com menos do que esse valor.
Se comparado com a pesquisa anterior, realizada em 2008 e 2009, houve crescimento no percentual de famílias nas classes mais pobres da população. Ao todo, 73,03% das famílias brasileiras receberam menos de seis salários mínimos por mês entre 2018 e 2019. Há nove anos, eram 68,4%.
A POF traça um perfil dos hábitos de consumo e das condições de vida do brasileiro e é usada como parâmetro para outras pesquisas do IBGE, como o cálculo da inflação e o do Produto Interno Bruto (PIB), além de embasar estudos sobre desigualdade.
Em meio aos debates em torno da reforma da Previdência, que dificultará ainda mais das pessoas se aposentarem, a pesquisa também aponta a importância da aposentadoria para as classes mais vulneráveis da população.
Entre os lares mais pobres, que recebem até R$ 1.908, quase um quarto da renda (24,3%) vem de aposentadorias, pensões e programas sociais, mas essa dependência chega a 28,8% quando se consideram todas as transferências levantadas pela pesquisa.

No outro extremo
Em paralelo a esse cenário, a POF aponta que apenas 2,7% das famílias brasileiras concentraram quase 20% de todo o dinheiro recebido pelas famílias no País.
Segundo a pesquisa, o total de famílias no Brasil é de aproximadamente 69 milhões. Desse número, 2,7%, equivalentes a 1,8 milhão de famílias, têm um rendimento superior a R$ 23 mil. Enquanto isso, 23,9%, equivalentes a 16,4 milhões de famílias, recebem somente até R$ 1.908, correspondentes a dois salários mínimos.
São 12,8 milhões de famílias com rendimento mensal entre R$ 1.908 e R$ 2.862; 21,8 milhões de famílias com rendimento entre R$ 2.862 e R$ 5.724; 9,6 milhões de famílias com rendimento entre R$ 5.724 e R$ 9.540; 4,4 milhões de famílias com rendimento entre R$ 9.540 e R$ 14 mil; e 2,7 milhões de famílias com rendimento de R$ 14 mil até R$ 23 mil.
A pesquisa afirma que a renda média das famílias no Brasil é de R$ 5.426. No entanto, este cálculo soma o rendimento de todas das famílias, pobres e ricas, e forma uma média. Destes R$ 5.426 da média, 1.080 reais vêm do rendimento das famílias mais ricas e apenas R$ 297 vêm das famílias mais pobres.
Ou seja, enquanto as famílias mais ricas (1,8 milhão) detêm 20% do rendimento total gerado no Brasil, as famílias mais pobres (16,4 milhões) ficam com apenas 5,5%.
Por Brasil de Fato

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