Herculano Costa

O Advento do Natal!

Final de ano. Último mês do Ano. Dezembro chega alegre, cheio de ternura, como uma brisa suave que sussurra esperança. Iniciamos há seis dias o mês de dezembro — um tempo que, mais do que marcar o fim de um ciclo, desperta em nós a delicada arte de renovar a esperança.
É o mês em que o tempo parece abrandar nossos impulsos de correria, mesmo quando a vida insiste em correr depressa. No ar, há um brilho discreto — um prenúncio de que algo sagrado se aproxima. As luzes começam a se acender nas janelas, nas ruas, praças, nas igrejas e nossos corações. As noites ficam mais longas, mas curiosamente, mais agradáveis e luzentes. Dezembro traz consigo o Advento, esse período sagrado em que aprendemos, mais uma vez, que a esperança pode ser, também, um vigoroso gesto de fé. A fé no nascimento do nosso Redentor.
É o Advento o tempo de preparar a alma, para acolher o que é maior do que nós, o filho de Deus feito homem, tornando nosso irmão. O Advento nos convida ao recolhimento, mas, também nos impele ao reencontro com nós mesmos, com nossos iguais, com Deus, enfim!
Neste início de dezembro, entramos num tempo santo, quando a Igreja nos chama a preparar o coração para acolher o nosso Salvador. É tempo de vigiar, de aquietar a alma e de renovar a confiança, na luz que vem ao mundo para iluminá-lo.
“O povo que andava nas trevas viu uma grande luz” (Isaias 9,2).
Este é o mês em que cada gesto de carinho se transforma em oração, e cada pequena luz acesa recorda a presença de Cristo, que nasce para restaurar nossa esperança. O Advento nos lembra que Deus caminha conosco, mesmo quando nossos passos parecem hesitantes. O Advento nos quer dizer que a espera tem sentido.
Não é uma espera vazia, mas uma travessia luminosa em direção à esperança, como retro dito. Enquanto acendemos velas, cultivamos certezas: certeza de que o amor renasce; certeza de que a paz é possível, certeza de que a vida sempre encontra um jeito de florescer, mesmo nas estações frias da nossa alma.
Que dezembro seja, para todos nós, um tempo de conversão, de reconciliação e de graça. Que possamos abrir as portas da alma para que Jesus encontre morada em nossos corações. E que o Natal, quando chegar, nos encontre mais fraternos, mais humildes e profundamente renovados pela fé.
Ao abrir as portas do mês, necessário se faz que que abramos também aquelas gavetas internas, onde guardamos memórias, saudades e promessas. E encontremos, ali, a ternura que só o Natal é capaz de despertar: a vontade de ser melhor, de recomeçar com mais amabilidade, gentileza, e desejo de olhar o outro com olhos lavados de bondade.
Assim, dezembro se inicia como um anúncio:
o ano se despede, mas a esperança se aproxima; a escuridão se inclina, enquanto a luz se levanta; e, embora o mundo insista em se agitar, os corações aprendem a se aquietar. É tempo de aconchego, de ternura e de fé. É tempo de preparar a casa e a alma para o milagre simples, mas profundo do Natal, o nascimento de Cristo!
Que este dezembro nos encontre mais humanos, mais sensíveis, mais ternos, mais atentos e mais disponíveis para a luz.
E que o Advento reascenda em nós o que nunca deveria se apagar: a esperança!

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *