Hospital Regional Norte realiza ações de conscientização sobre o AVC
O serviço de AVC do Hospital Regional Norte (HRN), em Sobral, unidade da Secretaria da Saúde do Ceará, administrada pelo Instituto de Saúde e Gestão Hospitalar (ISGH), em Sobral, realiza ações de conscientização e combate ao AVC com exposição de stands em locais públicos da cidade de Sobral. Além da aferição de sinais vitais, serão dadas orientações sobre como identificar os sinais e sintomas do AVC e quais medidas de primeiros socorros tomar. Também serão estimulados atos para uma vida saudável (com alimentação balanceada e prática de atividade física).
Na segunda-feira, 28 de outubro, vai haver uma ação no Becco do Cotovelo, a partir das 8 horas. Já em 29 de outubro, Dia Mundial de Combate ao AVC, a ação será no mercado público, também a partir das 8 horas.
Fluxo de AVC
Referência no tratamento de pacientes vítimas de Acidente Vascular Cerebral (AVC) isquêmico, o HRN, promoveu, na última terça-feira (22), o 2º Encontro de Atualização de Fluxo de Encaminhamento de Pacientes para a unidade de atendimento a pacientes vítimas de AVC. O evento reuniu cerca de 150 representantes da Região de Saúde Norte.
O objetivo do evento foi reforçar os fluxos de encaminhamento de pacientes para o HRN na janela de até quatro horas e meia do início dos sintomas. A janela do AVC é o tempo recomendado para a realização da trombólise, tratamento que visa desobstruir a artéria, sendo indicado para os casos de AVC isquêmico. No ano passado, foram realizadas 90 trombólises no hospital. Neste ano, até setembro, 59 pacientes da região Norte foram beneficiados com o tratamento e tiveram boa parte dos sintomas revertidos.
A regulação do Samu 192 Ceará é a principal forma de chegada de pacientes à unidade de AVC do HRN. Após aprovação da equipe, o paciente é direcionado para o hospital. Outra forma de entrada é pela emergência. A unidade de AVC do HRN conta com dez leitos de AVC Agudo e dez de Subagudo. Em 2023, foram 715 atendimentos a pacientes na unidade de AVC. Em 2024, até setembro já foram 541 atendimentos.
O coordenador médico da unidade de AVC do HRN, Espártaco Ribeiro, destacou que o AVC é uma das maiores causas de morte e de incapacidade no Brasil, podendo deixar sequelas irreversíveis. “O AVC é uma das doenças que mais matam atualmente. O tempo é fundamental para a recuperação desses pacientes”, ressalta. A doença é uma espécie de ‘infarto cerebral’. “O AVC Isquêmico é causado por uma obstrução de uma artéria que leva sangue para uma parte do cérebro e, por isso, causa sintomas focais”, explica Ribeiro.
Em AVCs hemorrágicos, quando há ruptura de artéria, não há indicação de uso da trombólise, pois pode haver risco de intensificar o sangramento, agravando os sintomas e até causando a morte do paciente. “Precisamos priorizar os pacientes que são elegíveis a receber a medicação, tomar a decisão e ajudar a reverter sequelas graves”, explica.
Apenas o exame clínico não poder especificar o tipo de AVC do paciente. Segundo Ribeiro, é necessário fazer o processo de regulação com o Samu 192 Ceará e encaminhar o paciente o mais rápido possível para a unidade de AVC do HRN para que seja realizado um exame de imagem, a tomografia. Após o atendimento na fase aguda, os pacientes seguem no AVC Subagudo para investigar as causas do AVC. O médico explica que o objetivo é que os leitos tenham alta rotatividade e que os pacientes permaneçam por cerca de 72 horas.
O diretor-geral do HRN, Carlos Hilton Albuquerque Soares, explica ser importante respeitar o fluxo de acesso ao serviço para que mais pessoas possam ser beneficiadas. “Em um hospital de portas abertas como o HRN, o acesso é livre para o cidadão, mas é importante que se tenha uma organização da demanda”, explica.
Também participaram do evento o coordenador médico do Samu 192 Ceará na Região Norte, Giovanni Andrade; a coordenadora da Central de Regulação/CreSUS-Sobral, Francisca Dulcinalda de Paulo Braga; a gerente da CreSUS-Sobral, Emanuelle Sales; as médicas da CreSUS-Sobral, Maria Ana Barbosa e Larissa Granjeiro; Nathalia Bruno, orientadora da célula de atenção às doenças crônicas não transmissíveis da Sesa; e o assessor técnico da Gestão do Cuidado da Superintendência da Região Norte, Gonzaga Filho.