HUMILITAS ET LABOR DE VALDECI DE VASCONCELOS 

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O gênero autobiográfico é inaugurado oficialmente pelo grande santo católico Agostinho de Hipona. Em suas “Confissões”, ele conta tanta coisa de sua vida que teremos imenso prejuízo se ele não tivesse feito essa autobiografia. Papas, santos, escritores registraram de diversas formas suas vivências na terra, digamos assim.
Iniciando seu livro autobiográfico “Minha Formação”, o diplomata Joaquim Nabuco registra o modo como surgiu aquele trabalho: “A maior parte de Minha Formação apareceu primeiro no Comércio de São Paulo, em 1895; depois foi recolhida pela Revista Brasileira, cujo agasalho nunca me faltou…”. O nosso autor começa traçando um perfil do que encontraremos em sua livro.
Manoel Valdeci de Vasconcelos, bacharel em Letras e Direito, doutor na arte de viver bem, revisor do Correio da Semana por muitos anos, inicia seu livro com homenagens especiais. Primeira àquela com quem dividiu sonhos, amor, esperança e com ela colheu afetos, concórdias e tantas coisas boas, dona Maria de Lourdes Pinto Vasconcelos, uma dama na acepção da palavra. Lembra das filhas, dos genros, netos, do seu padre-mestre, Pe. Arakém Frota e tantas personalidades que fazem parte de sua vida.
Embora ainda jovem, nosso autor diz que não se aventurou a escrever um livro, embora tenhamos uma robusta obra com o cuidado de quem, por muito tempo, fez revisão de textos e conhece bem o vernáculo pátrio.
Neste perfil podemos compreender o homem, o profissional, o ser social – cidadão e o Valdeci Vasconcelos que todos os que temos o privilégio de privar de sua companhia, além de amigos nos tornamos admiradores.
O oito deitado é o símbolo do infinito e o sete o da perfeição. Se analisarmos os textos preliminares do livro “Humilitas et labor”, ficamos diante dessas duas realidades. Contando com o prefácio temos textos. Se deixarmos o prefácio com exclusividade, temos sete textos. Todos eles falam da vida do autobiógrafo e, consequentemente, de seu livro.
Dividido em 14 capítulos o livro começa dando notícias da Ribeira do Acaraú e seus primeiros habitantes, inserindo nesse contexto a família Vasconcelos, suas origens até chegar ao autobiógrafo. O segundo capítulo é dedicado ao Pe. Arakém Frota e na sequência encontramos um vocacionado ao sacerdócio, o encontro com Dona Maria de Lourdes e o encontro de nova razão: o amor que o fez enamorado por toda a vida de Maria de Lourdes. E vem os estudos, o casamento, as filhas, as atividades profissionais que se iniciam, o Rotary, a faculdade de Filosofia Dom José, a Academia Sobralense de Estudos e Letras, a Rádio Universitária, o “sonhado” Curso de Direito, no qual tive a honra de ser seu professor (o mais coerente teria sido eu seu aluno, mas, a vida tem dessas coisas). A Academia Cearense de Cultura que ele intitula como “convite inesperado”. Vêm os amigos e aqui Valdeci Vasconcelos traça perfis de importantes personalidades. Textos sobre ele surgem. Textos seus sobre variados temas e uma celebração ao amor do autor e sua esposa, Maria de Lourdes. E, fechando, Valdeci Vasconcelos confessa que viveu e viveu em plenitude.
Mais não direi para que o leitor possa por si só tirar as conclusões, mas, sou levado a induzi-lo de que será muito boa impressão.
Parabéns, Prof. Valdeci!

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