Integrante do Corpo de Bombeiros de Sobral participou da ação de resgate no desabamento do Edifício Andrea

Nos últimos dias o país inteiro acompanhou os detalhes do desabamento do Edifício Andrea, em Fortaleza. A tragédia aconteceu na terça-feira (15), e se estendeu por 5 dias de buscas incansáveis através da equipe do Corpo de Bombeiros. Entre a equipe responsável pela ação de resgate, estava o integrante do Corpo de Bombeiros da cidade de Sobral, Major Mardens Vasconcelos, que ajudou nos últimos 2 dias de buscas.
No mesmo dia em que aconteceu o desabamento do edifício, localizado no bairro Dionísio Torres, área nobre da capital do Ceará, o Comandante do Comando de Bombeiros do Interior (CBI), solicitou bombeiros voluntários que trabalham no interior do Estado. O major Mardens se voluntariou e participou dos resgates das duas últimas pessoas encontradas, infelizmente, sem vida.
O corpo de José Eriverton Laurentino, 44 anos, cuidador de idoso, foi localizado na manhã do dia 19 de outubro, último dia de resgate. Maria das Graças Rodrigues, 70 anos, era síndica do prédio e foi vista em imagens registradas pela câmera de segurança conversando no térreo do edifício, junto com a equipe da reforma minutos antes do desabamento. O corpo da síndica foi o último encontrado sob os escombros, encerrando a ação. Ambos estavam em uma área de difícil acesso, o que dificultou o resgate.
Conforme o Major, em casos de desabamento o silêncio é fundamental para que seja escutada qualquer sinalização da pessoa soterrada. No entanto, no resgate das pessoas que já estavam sem vidas, deixando impossível qualquer sinalização, a remoção de entulhos e cães farejadores foi crucial para indicar a localização dos corpos.
“Foi um dia e uma noite de trabalho para poder tirar os escombros. Nós usamos a máquina até certo ponto porque poderia danificar o corpo. Era um serviço de quebrar mesmo as lajes, com martelo e marretas. Um serviço braçal mesmo”, explica.
Major Mardens relembra a tristeza dos familiares e dos moradores do entorno que acompanhavam as buscas de perto e que, a solidariedade das pessoas chamou sua atenção. “Lá teve uma casa que serviu como ponto de comando, antes da troca de cada turma, havia uma reunião dos oficiais superiores para pensar em estratégias”, disse. O Major conta que a casa de apoio também era formada por Enfermeiros, Psicólogos e Fisioterapeutas.
Mendes ressalta que nunca tinha trabalhado em casos de estruturas colapsadas e que antes de participar efetivamente do resgate já acompanhava as notícias, bastante emocionado.
VÍTIMAS DA TRAGÉDIA
O colapso da estrutura do Edifício Andrea deixou 9 mortos e 7 vítimas resgatadas com vida. Até o fechamento dessa edição do Correio da Semana, a polícia ainda investiga as causas do desabamento. 21 pessoas já prestaram depoimento.



