Mensagem ao Povo de Deus da Diocese de Garanhuns-PE

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Monsenhor Agnaldo Temóteo da Silveira (1)

Reverendíssimo Pe. Aldo Mariano, Administrador diocesano de Garanhuns, membros do Colégio dos Consultores, demais Sacerdotes e Diáconos;
– Religiosos e Religiosas;
– Seminaristas, Agentes de Pastorais, Movimentos, Associações, Novas Comunidades, Catequistas, Leigos e Leigas;
– Excelentíssimas autoridades políticas, civis e militares;
– Querido Povo de Deus da Diocese de Garanhuns.

In Verbo Tuo (Lc 5,5)
Na manhã desta terça-feira, 14 de maio, dia em que a Igreja celebra a festa litúrgica do Apóstolo São Matias, a Santa Sé divulgou oficialmente a minha nomeação, por parte do Santo Padre, o Papa Francisco, como o novo bispo diocesano de Garanhuns-PE.
Confesso a todos que recebi este pedido da Igreja com grande surpresa e imenso temor. Com surpresa, porque o episcopado não era nem esperado nem muito menos desejado por mim; com temor, porque sou conhecedor dos meus limites, tenho consciência da grande responsabilidade deste ministério e posso imaginar as expectativas de todos os diocesanos a respeito do novo bispo.
Mas a fé nos faz ver e ir além dos nossos medos e limitações. Neste sentido, duas coisas foram determinantes para a minha resposta positiva: 1) a Palavra de Deus expressa na exortação divina “não tenhas medo”, presente de modo tão recorrente na Bíblia. Trata-se de uma Palavra de consolação e de encorajamento, fundada na certeza de que Deus cuida de cada um de nós. Muitas foram as ocasiões em que os discípulos ouviram da boca de Jesus estas palavras, como se lhes dissesse, sobretudo nos momentos mais desafiadores, para que não olhassem somente para as suas fraquezas e para que confiassem nele; e 2) o fato de que a minha saudosa mãe sempre terminava as nossas conversas telefônicas dando-me a sua bênção materna e dizendo-me de modo muito insistente: “Meu filho, nunca diga não a Deus. Nunca diga não a Deus”. Muitas foram as ocasiões em que ouvi isso de minha mãe. Para ela, dizer sim era sinal de fé e demonstração de confiança em Deus.
A confiança, de fato, brota como uma dimensão fundamental da fé: ter fé é confiar em Deus. E esta confiança nasce do encontro verdadeiro com Cristo. A partir daí se renova a consciência de que o Senhor acompanha e fortalece aqueles a quem chama e envia em missão. Profundamente convicto dessa verdade e confiando plenamente na Sua Palavra (Lc 5,5), acolhi a honrosa atenção do Santo Padre e aceitei o chamado do Senhor para abraçar esta missão, colocando mais uma vez a minha vida nas mãos de Deus e entregando inteiramente o meu futuro ministério episcopal à Palavra de Deus (At 20,32).

Vínculos fortes entre Sobral e Garanhuns
Pela segunda vez um filho da Diocese de Sobral é chamado a ocupar o sólio episcopal garanhuense. O primeiro deles, bem conhecido de todos, foi o Servo de Deus Dom Francisco Expedito Lopes, 5º Bispo de Garanhuns, que pastoreou esta porção do povo de Deus de fevereiro de 1955 a julho de 1957, quando morreu oferecendo sua vida pela santificação do clero de sua diocese.
Também existem outros vínculos importantes entre as duas dioceses: 1) ambas foram criadas pelo mesmo Sumo Pontífice, o Papa Bento XV: a de Sobral, em 1915, e a de Garanhuns, em 1918; 2) as irmãs cofundadoras da Associação das Missionárias de Nossa Senhora de Fátima do Brasil, importante Instituto Religioso Secular de Garanhuns são filhas da Diocese de Sobral; e 3) o atual bispo de Sobral, Dom José Luiz Gomes de Vasconcelos, é filho de Garanhuns.
São vínculos de fé que de algum modo aproximam muito as duas Igrejas, criando ponte e gerando um fecundo intercâmbio de dons entre elas. Espero que, a partir de agora, essa ponte fique ainda mais movimentada.

Saudação à Diocese de Garanhuns

Neste dia, tenho também a oportunidade de me dirigir pela primeira vez ao povo desta querida Igreja particular para transmitir a todos uma afetuosa saudação e manifestar a minha total disponibilidade para entrar na vida e na história desta Igreja, como servidor, e participar da sua missão evangelizadora, trabalhando para que caminhemos todos juntos no seguimento de Cristo e cuidando para que ninguém fique para trás.
Antes de tudo, saúdo, um a um, os irmãos presbíteros, primeiros cooperadores da ordem episcopal, chamados a apascentar, com o bispo, o rebanho do Senhor; saúdo igualmente os diáconos, que, unidos ao bispo e ao seu presbitério, dedicam-se a servir o povo de Deus na diaconia da liturgia, da palavra e da caridade; saúdo também os religiosos e as religiosas, cujas vidas consagradas são verdadeiros dons de Deus para a Igreja e para o mundo; saúdo ainda os leigos e leigas, que, como sal da terra e luz do mundo, são verdadeiras testemunhas de Cristo na igreja e na sociedade, encarregados de lançar em todos os campos as sementes do Evangelho. Aqui, não poderia deixar de fazer uma saudação particular aos nossos queridos seminaristas, às novas comunidades, aos leigos consagrados e a todos os fiéis das diversas paróquias. Um cumprimento afetuoso também às famílias, verdadeiras igrejas domésticas, assegurando-lhes as minhas orações e dirigindo uma bênção especial aos jovens das diversas comunidades.
Quero saudar também as autoridades civis, políticas e militares, a quem, desde já, apresento a minha disponibilidade para colaborar no serviço do bem comum, sempre de acordo com a Doutrina Social da Igreja.
Como Igreja sinodal, queremos caminhar juntos, sem deixar ninguém para trás. Por isso, desejo dirigir uma saudação aos doentes, aos idosos, às pessoas com deficiência, aos encarcerados, aos desempregados, às pessoas em situação de rua e a quantos vivem nas periferias existenciais e geográficas. Dirijo-me também aos que, por razões variadas, afastaram-se da Igreja, às pessoas de boa vontade e aos não crentes, para expressar-lhes a minha proximidade, na esperança de poder estabelecer com todos um diálogo fecundo.

Saudação ao Regional Nordeste II

Dirijo uma saudação especial aos Arcebispos e Bispos do Regional Nordeste II da CNBB, declarando a minha disponibilidade para contribuir no aprofundamento da comunhão fraterna e no afeto colegial, para o bem do povo santo de Deus que vive nesta região.

Agradecimento à Diocese de Sobral, ao Tribunal Eclesiástico e à minha família

Por fim, dirijo-me com imensa gratidão à Diocese de Sobral, Igreja-Mãe que me acolheu desde o dia do meu batismo e que me acompanhou durante toda a minha vida, comunidade de fé que amo e à qual procurei servir da melhor maneira possível, tanto como pároco quanto nos diversos ofícios da Cúria.
Um agradecimento muito especial a Dom Vasconcelos, pela estima e confiança que teve em mim desde que aqui chegou, a quem me sinto unido por uma profunda comunhão e por uma sincera amizade em Cristo. Um sincero obrigado a todos os irmãos sacerdotes, pela amizade, comunhão e colaboração vividas ao longo de todos estes anos, e aos irmãos diáconos permanentes todo o meu apreço. Gratidão também aos religiosos e religiosas e às novas comunidades que, com seus carismas específicos, tanto edificam esta porção do povo de Deus. Agradeço ainda aos membros da Cúria diocesana pela amizade e companheirismo ao longo desses muitos anos de caminhada. Um agradecimento às comunidades paroquiais nas quais tive a graça de exercer o ministério de pároco e ao Tribunal Eclesiástico do Ceará, na pessoa do Pe. Antônio Carlos e dos demais operadores, por todo o tempo de trabalho conjunto e de convivência fraterna. Por fim, um agradecimento muito especial aos meus queridos pais, José e Conceição, que o Senhor já chamou para a glória celeste, aos meus irmãos, parentes e aos amigos de sempre!
Concluo esta mensagem rogando a intercessão de São José, padroeiro da Diocese de Garanhuns, de Santo Antônio, patrono da Catedral, e da Bem-aventurada Virgem Maria, Mãe da Igreja, e pedindo a oração de todos para que, no cumprimento da missão a mim confiada, não me faltem bondade e compreensão, luz e sabedoria, força de espírito e confiança no Senhor e na Sua Palavra.

Sobral-CE, 14 de maio de 2024.

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