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Desde 1971, a Igreja no Brasil celebra, em setembro, o Mês da Bíblia. É um momento forte de reflexão sobre a centralidade da Palavra de Deus na vida de cada cristão. A escolha do mês de setembro está ligada ao dia de São Jerônimo, celebrado no dia 30. Ele foi o tradutor da bíblia para o latim.
A iniciativa também faz parte da recepção criativa que a Igreja do Brasil teve das diretrizes do Concílio Vaticano II, que incentivou o acesso das Sagradas Escrituras a todos os fiéis. A Palavra ilumina a realidade e enriquece a experiência do encontro com Deus. Assim, o povo lê a sua própria realidade a partir do que se delineou ao longo da história da salvação, na qual Deus foi se auto comunicando.
Assim, o Mês da Bíblia foi criado no contexto em que se difundia o método de leitura popular da bíblia, cujo processo de interpretação da Palavra é feito pelo povo de Deus, reunido em comunidade. Essa espécie de exegese popular, além de aproximar o povo das Escrituras, permitiu também uma identificação maior da história de muitas comunidades, em suas lutas e conquistas, com a história da caminhada de libertação do povo da bíblia.
O Mês da Bíblia, com toda sua proposta de encontros e de temas específicos de reflexão a cada ano, quer nos recordar que a Escritura, antes de ser livro histórico, é a experiência de um povo. Diz respeito à relação de Deus com o seu povo, que continua a se realizar. Tal consciência pode nos levar a dizer que a bíblia é “nosso livro, escrito para nós!”.
Dedicar um mês para uma reflexão mais profunda da Palavra de Deus na vida do cristão é um convite para a realização permanente de círculos bíblicos em nossas comunidades, grupos e encontros pastorais. É despertar uma relação de amor com o texto sagrado, que traz a voz de um Deus vivo, que continua se auto comunicando.
Precisamos, sobretudo, tornar real a fé que temos e que diz: Deus nos fala hoje. É a revelação de um “Deus-conosco” presente na caminhada e na história do seu povo, uma vez que dentro do povo já existe a realidade do Evangelho em forma de vida vivida e de fé testemunhada. Quantos belos testemunhos de vivência da Palavra temos em nossas comunidades: partilha, solidariedade, fraternidade, compaixão, cuidado mútuo.
Neste ano, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, através de sua Comissão de Animação Bíblico-Catequética, escolheu a Carta aos Romanos como tema central, com o lema “A esperança não decepciona” (Rm 5,5). Junto à Palavra de Deus semeada nos corações está a esperança cristã, que anima na caminhada e mantém os pés na direção do Reino de Deus.
Que o Mês da Bíblia seja vivido, celebrado e testemunhado em nossas famílias e comunidades!

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