Missionária partilha sua experiência em prol da recuperação de mulheres na Fazenda da Esperança

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“Deixei tudo para trás, família, trabalho e comecei essa divina aventura de escolher Deus como tudo”
A Fazenda da Esperança é uma Associação Internacional de Fiéis com reconhecimento pontifício. Seu carisma teve início com a experiência do jovem paulista Nelson Giovanelli, que à época encontrou uma forma concreta de viver o Evangelho: ajudando outros jovens a encontrarem um sentido de vida e a se recuperarem das drogas. Ao longo desses 38 anos de atuação, a Fazenda da Esperança atraiu milhares de missionários e missionárias, que doam a vida nas unidades espalhadas por todo o mundo. Eles são ex-recuperandos (os chamados ES), familiares de recuperandos, famílias inteiras, religiosos ou mesmo leigos, como Ana Lúcia Duarte da Silva, que encontrou na Fazenda da Esperança a sua vocação.
Leiga consagrada na Família da Esperança, a missionária é atual coordenadora da parte feminina da Fazenda da Esperança nos regionais Nordeste 1 e 2 (do Ceará à Bahia) e responsável há 8 anos pela Fazenda da Esperança Sagrada Família, em Fortaleza-CE. Em entrevista ao Jornal Correio da Semana, Ana Lúcia conta sua história de missão ajudando outras mulheres a se recuperarem das drogas e comenta a abertura da segunda unidade feminina no Ceará, a Fazenda da Esperança Santa Clara, com inauguração prevista para abril na Serra da Meruoca.

Correio da Semana: Ana, como começou sua história na Fazenda da Esperança?
Ana Lúcia: Conheci a Fazenda em 2005, na ocasião eu estava buscando um tratamento para o meu irmão dependente químico. Em 2007, fui convidada pelo Arcebispo de Maceió, Dom Antônio Muniz, para ajudar na abertura da primeira Fazenda em Alagoas, indo fazer uma experiencia na Fazenda da Esperança em Guaratinguetá-SP, onde fiquei trinta dias. Nessa ocasião fiquei muito tocada pelo estilo de vida e uma Esperança surgiu no meu coração. Aquilo que eu não podia fazer pelo meu irmão, eu poderia fazer por outras pessoas. Em 2009, fui convidada pelo Nelson Giovanelli e Frei Hans, fundadores da Fazenda da Esperança, para fazer um curso na área de Psicologia, indo morar em São Paulo, no Centro Feminino. A experiência com as mulheres me tocou muito, principalmente as mães gravidas e com as crianças que lutavam pela recuperação e que precisavam de ajuda. Senti fortemente no meu coração o desejo de ajudar. Deixei tudo para trás, família, trabalho e comecei essa divina aventura de escolher Deus como tudo.

Correio da Semana: Quais as principais características desse esse estilo de vida que tanto lhe atraiu na Fazenda da Esperança?
Ana Lúcia: Faz 12 anos que trabalho e resido com as mulheres na Fazenda da Esperança, onde através da espiritualidade, do trabalho e da convivência tentamos passar esse novo estilo de vida, que possibilita uma vida nova e um retorno para a família e a sociedade. Atualmente aqui em Fortaleza temos 16 mulheres que são acolhidas com os filhos, elas por sua vez vieram de suas famílias ou das ruas, com o desejo de se recuperar e voltar a ser uma pessoa “normal” no seu entendimento. No nosso entendimento, seria ajudar cada uma a resgatar sua dignidade de filhas de Deus.

Correio da Semana: A Fazenda da Esperança está prestes a abrir sua segunda unidade feminina no Ceará. Fale um pouco sobre esse novo projeto.
Ana Lúcia: Estamos muito felizes com a abertura de mais uma unidade feminina da Fazenda da Esperança no Ceará, para nós é uma grande conquista poder oferecer mais oportunidade para as mulheres. A Fazenda da Esperança Santa Clara em Meruoca com certeza será um grande marco nesse ano de tantas dificuldades e desesperanças. Será uma resposta concreta de que é possível lutar para o que disse Jesus: “que todos tenham vida e tenham em abundância”. A Região Norte do nosso Estado está de parabéns por nos dar essa oportunidade de ajudar a tantas mulheres dessa região.

Correio da Semana: Você pode falar um pouco mais sobre os desafios específicos do trabalho de recuperação do público feminino?
Ana Lúcia: Os desafios são muitos, já que pela própria condição feminina exige um certo cuidado tanto físico, quanto psicológico e espiritual. Geralmente as mulheres procuram a recuperação mais tarde, quando as sequelas já estão bastante acentuadas.

Correio da Semana: De que forma a sociedade pode colaborar com esse trabalho em prol da recuperação de mulheres das drogas aqui na região?
Ana Lúcia: Em março chegam as primeiras missionárias da Fazenda da Esperança e todos podem nos ajudar de diversas maneiras, como por exemplo colaborando financeiramente para a aquisição de eletrodomésticos, colchões e outras necessidades da casa. É só entrar em contato com a nossa equipe local. A todos que vão se engajar nessa corrente de Esperança o meu muitíssimo obrigada e que Deus vos abençoe!
Para ajudar a Fazenda da Esperança Santa Clara, entre em contato pelo WhatsApp (88) 99671-1865.

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