Museu do Homem do Nordeste promove seminário sobre Anísio Teixeira

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Iniciativa reúne especialistas no educador e homem público nos dias 2 e 3 de dezembro, em transmissão virtual no canal da Fundaj, no YouTube

A memória da educação pública e os desafios contemporâneos deram a tônica para as formações e atividades do Museu do Homem do Nordeste (Muhne), da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), em 2021. No centro do debate, a vida e obra do educador e homem público Anísio Teixeira (1900—1971). Encerrando o ciclo de homenagens ao baiano, o equipamento promove, nos próximos dias 2 e 3 de dezembro, o Seminário Anísio Teixeira: educação como prioridade, com transmissão no canal da Fundaj, no YouTube.
A programação é voltada para professores, pedagogos, pesquisadores em Educação e público geral. A organização é da Divisão de Estudos Museais e da Coordenação de Ações Educativas e Comunitárias do Muhne e integra o Projeto Ano Anísio Teixeira: a educação como prioridade, idealizado pelos integrantes do equipamento a pedido da Diretoria de Memória, Educação, Cultura e Arte (Dimeca), que, neste ano, propôs como diretriz para as ações os temas “Educação e Memória Institucional”.
“Anísio Teixeira foi um personagem proeminente na História da Educação no Brasil. Ele pensava Educação, mas era também um administrador de mão cheia. Era um gestor público”, comenta Silvia Barreto, da Divisão de Estudos Museais. “Este seminário complementa as formações internas, mas é uma ação voltada ao público geral e conta desde sua programação com convidados externos”, assiná-la, ao destacar a presença de especialista na vida do patrono da educação pública brasileira.
Foi dentro do circuito de palestras e debates citados que nasceu o livro “Anísio, Anísios Teixeira: um educador no Museu do Homem do Nordeste” (Editora Massangana), co-autoria de Sílvia Barreto com Edna Silva, coordenadora de Ações Educativas e Comunitária do Museu. O título contou com pré-lançamento na 13ª Bienal do Livro de Pernambuco e terá seu lançamento oficial neste seminário. Nele, os leitores são apresentados ao homem, mas também às contribuições do seu pensamento nos dias atuais.

Sobre o homenageado
Educação gratuita para todos. O desejo de democratizar o ensino de qualidade no Brasil tornou o escritor baiano Anísio Teixeira (1900—1971) um símbolo nacional. Intelectual, educador, gestor e homem público. O baiano Anísio Teixeira (1900—1971) teve importante contribuição para a consolidação da educação pública no País. Homem de uma época onde sequer a expressão “inclusão social” havia sido cunhada, ele defendeu a democratização de acesso e ensino para todos os brasileiros.
“Sou contra a educação como processo exclusivo de formação de uma elite, mantendo a grande maioria da população em estado de analfabetismo e ignorância”, declarou Anísio. Em suas obras, o baiano sempre defendeu a escola pública como fator inerente à democracia, cabendo ao Estado o dever de assegurá-la. Esta foi uma defesa levada por ele também para o campo prático, pois promoveu diversas reformas nos sistemas escolares, incentivou pesquisas em educação e a criação de cursos superiores para professores.
Não foi por acaso que, em 1931, Anísio integrou uma comissão do então Ministério da Educação e Saúde para reorganização do Ensino Secundário e Reforma do Ensino Profissional. Mais tarde, em 1946, seria convocado a integrar o Conselho de Educação Superior da recém-formada Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). Fatos que indicaram para muitos o impacto transnacional de seu trabalho. Dentre os títulos que publicou, destaque para Educação não é privilégio (1994).

Anísio e a Fundaj
Na década de 1950, Anísio Teixeira assumiu o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), que atualmente tem seu nome como homenagem. Durante sua gestão, ele implementou diversos Centros Regionais de Pesquisas Educacionais ao longo do país. Um deles estava no Recife. Com o apoio de seu amigo, o sociólogo Gilberto Freyre, o Centro Regional de Pesquisas Educacionais de Pernambuco (CRPE-PE) trouxe importantes contribuições para a área no Nordeste do Brasil.
Criado no Recife em 1957, o CRPE-PE teve como diretor Gilberto Freyre. Com a extinção dos centros, o então Instituto Joaquim Nabuco de Pesquisas Sociais (atual Fudaj) herdou o campus no bairro de Apipucos, na Zona Norte, suas pesquisas e arquivos produzidos até ali e o quadro de servidores. “A pesquisa educacional na Fundaj nasce nesse momento”, revela Silvia. Hoje, o campus carrega também o nome do educador e gestor que revolucionou a Educação no Brasil e está localizado na Rua Dois Irmãos, nº 92.

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