No início de novembro, celebrações de Finados e Todos os Santos apontam para a eternidade e o chamado à santidade
A Igreja inicia o mês de novembro com duas grandes celebrações, no primeiro final de semana. No sábado, 2, a Comemoração dos Fiéis Defuntos e, no domingo, dia 3, a Solenidade de Todos os Santos. Essas duas celebrações apontam para a eternidade e para o chamado universal à santidade.
Fiéis defuntos
Ao celebrar a Comemoração dos Fiéis Defuntos, a Igreja faz memória da Páscoa definitiva de todos os irmãos e irmãs. Esta celebração manifesta a solicitude cristã por aqueles que já morreram e, pela fé em Cristo, a confiança de que o amor de Deus resgata para si todos os seus.
O arcebispo de Passo Fundo (RS), dom Rodolfo Weber, destaca que essa celebração coloca diante das reflexões o drama humano da morte. “Ter consciência da finitude e conviver com ela suscita interrogações e a busca de sentido para o viver e o morrer”, explicou em artigo.
Para este dia, a Igreja motiva a visita aos cemitérios e a participação nas celebrações eucarísticas, com a possibilidade de lucrar indulgências aos defuntos. Confira as orientações sobre indulgências contidas no Diretório de Liturgia da Igreja no Brasil:
– Aos que visitarem o cemitério e rezarem, mesmo só mentalmente, pelos defuntos, concede-se uma Indulgência Plenária, só aplicável aos defuntos: diariamente, do dia 1º ao dia 8 de novembro, nas condições costumeiras, isto é: confissão sacramental, comunhão eucarística e oração nas intenções do Sumo Pontífice; nos restantes dias do ano, Indulgência Parcial (Enchir. Indulgentiarum, n. 13).
– Ainda neste dia, em todas as igrejas, oratórios públicos ou semi-públicos, igualmente lucra-se uma Indulgência Plenária, só aplicável aos defuntos: a obra que se prescreve é a piedosa visitação à igreja, durante a qual se deve rezar a Oração dominical e o Símbolo (Pai nosso e Credo), confissão sacramental, comunhão eucarística e oração na intenção do Sumo Pontífice (que pode ser um Pai nosso e Ave Maria, ou qualquer outra oração conforme inspirar a piedade e devoção).
Todos os Santos
Na celebração de Todos os Santos, recorda-se todos os falecidos que estão diante de Deus na eternidade. Nela, o louvor e ação de graças dos fiéis reunidos juntam-se aos dos Santos Apóstolos, Mártires, Profetas e de todos os homens e mulheres que, na fidelidade evangélica, deram testemunho da vida e do amor de Jesus Cristo.
Essa celebração é realizada aqui no Brasil no domingo para melhor participação dos fiéis, conforme decisão da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
O arcebispo emérito de Maringá (PR), dom Anuar Battisti, destaca que é uma “festa de grande alegria e esperança para nós, cristãos”.
“Este dia nos convida a olhar para a multidão de homens e mulheres que, vivendo em diversas épocas e circunstâncias, alcançaram a santidade e agora estão na glória de Deus. Esses santos são nossos modelos e intercessores, e a celebração de hoje nos lembra que todos nós somos chamados à santidade, como nos diz São Paulo: ‘Esta é a vontade de Deus: a vossa santificação’ (1Ts 4,3)”.
O convite dessa celebração é a refletir sobre a santidade como um chamado universal, segundo o bispo de Frederico Westphalen (RS), dom Antonio Carlos Rossi Keller.
“Cada cristão, pelo Batismo, é chamado a ser santo, independentemente de sua vocação ou estado de vida. A vida dos santos nos oferece exemplos concretos de como viver a fé em meio às dificuldades e desafios do cotidiano. A santidade não se resume a grandes feitos, mas se manifesta na fidelidade às pequenas coisas, no amor ao próximo e na busca constante por Deus”.
Dom Keller recorda ainda que a liturgia do dia nos lembra que a santidade é acessível a todos e que cada um, em sua particularidade, pode contribuir para a construção do Reino de Deus.
“A intercessão dos santos nos encoraja a perseverar na fé, sabendo que não estamos sozinhos em nossa jornada. Assim, a celebração de Todos os Santos se torna um convite à conversão e à renovação do compromisso de viver a santidade em todas as dimensões da vida”.