Novos imortais tomam Posse na Academia Massapeense de Letras e Artes

Francisco de Assis Vasconcelos Arruda e Liana Liberato Lopes Carlos tomaram posse na Academia Massapeense de Letras e Artes (AMLA), no dia 25 de agosto de 2023, no Centro de Convenções Jarbas Aguiar. Assis Arruda e Liana Liberato são nomes consagrados no panorama da literatura cearense contemporânea.
Coube ao jornalista e acadêmico Diego Marques, o discurso de recepção aos neófitos. Muito emocionado, assumiu a responsabilidade de honrá-los.
No momento, o presidente da Academia Sobralense de Estudos e Letras, Arnaud de Holanda Cavalcante, e a jovem Francisca Ildeli Silva Pereira, fizeram a entrega do diploma e da pelerine ao Assis Arruda; do mesmo modo, o pai, Antônio Francisco Lopes, e a acadêmica Marly Lopes, fizeram a entrega do diploma e da pelerine à Liana Liberato.
Os novos empossados, em seus discursos, percutiram os ecos das várias vozes que deram brilho ao acontecimento tão singular para quantos tiveram a oportunidade e o privilégio de assistir ao evento histórico-cultural.
Durante a posse, a importância dos discursos dos novos imortais adveio do fato de que cada um utilizou a oportunidade para dar um depoimento pessoal sobre suas vivências existenciais e culturais. Tendo o estilo intimista e confessional dos empossados, contagiando a todos pela riqueza de detalhes.
Centrados em suas experiências pessoais, quer como cidadãos, quer como pesquisadores ou escritores, eles puderam fazer relatos capazes de desmistificar a teoria de que os artistas não são tais quais as pessoas comuns do dia a dia. E é esse viés que aproxima, por simpatia mútua, academia e leitor. E foi a grande lição que o professor Assis Arruda nos deixou com seu exemplo de escritor, de genealogista, doando e autografando o seu Dicionário Biográfico.
A posse dos novos membros não podia ter sido mais brilhante, com a presença das figuras mais representativas da intelectualidade de Massapê e de Sobral.
Com a presença sempre marcante do presidente da Academia de Estudos e Letras, Arnaud de Holanda Cavalcante, que é também um fervilhante da cultura massapeense, falou sobre a importância dos novos confrades para a academia, principalmente, para a cultura massapeense.
Num dos momentos marcantes, fez o uso da palavra o historiador e acadêmico Nonato Fernandes, uma das referências da nova geração de historiadores massapeenses, dando ênfase às obras de Assis Arruda.
Assis Arruda é, sem dúvida, uma das vozes mais expressivas da genealogia cearense, naquela parte em que se privilegia a obra histórica, tomando por base o binômio origem e vida das famílias massapeenses e sobralenses.
Liana Liberato, no momento de sua posse, empreendeu um discurso que elenca a patrona de sua cadeira, a escritora cearense Francisca Clotilde Barbosa Lima, de cunho social, em primeiro plano, ao que se soma lirismo de fina sensibilidade e brasilidade.
Foi uma noite histórica em que a nova acadêmica Liana Liberato, com a simplicidade que a caracteriza, prestou uma generosa homenagem à sua mãe Maria Roselina Liberato Lopes, celebrando a mulher brasileira. Sob aplausos, Liana Liberato, falou da resistência da mulher, por sua luta em prol da educação cearense.
Pregamos a construção de uma sociedade humana e solidária, queremos uma cidade com uma ligação forte com as letras e artes. A cultura precisa estar em todos, precisa ter esta forte ligação com o público.
Por fim, permitam-me traduzir o meu sentimento de gratidão a todos os membros dessa casa, que tem como Patrono o Servo de Deus Mons. Arnóbio de Andrade, e de outras academias, contando com a honrosa presença do Professor Raul Castro Bêco, representando a Acadêmia Cearense da Língua Portuguesa e, finalmente ao cerimonialista, nosso nobre confrade Francisco Alves Pereira.
Valho-me de Siegfried Lenz em seu romance The Heritage, quando diz: “Para mim, terra natal não é exatamente o lugar onde temos as nossas raízes, onde possuímos nossa casa, falamos nossa linguagem, pulsamos os nossos sentimentos mesmo quando ficamos em silêncio. É o lugar onde sempre somos conhecidos.”
Acima de tudo, numa academia, todos são unidos pela cultura. E desempenham sua missão em qualquer lugar. Sonham em fazer com que haja uma compreensão entre todos de que a cultura é mola mestra do desenvolvimento do país.
EUDES DE SOUSA – PRESIDENTE



