A saúde pública no Brasil surgiu oficialmente no período do Império, no Segundo Reinado. Mas, no início do Brasil Colônia foram construídas as Santas Casas de Misericórdias, criadas pela Igreja Católica, que eram responsáveis pelos cuidados dos doentes, acolhendo os desabrigados e órfãos.
Esse acolhimento e os serviços prestados aos necessitados, bem como a construção de hospitais dependia sempre da caridade das pessoas. Quem tinha melhores condições de renda eram atendidos por médicos particulares.
Com a chegada da Família Real em 1808, o Rio de Janeiro, (capital), passou por uma série de transformações urbanísticas. A cidade foi adaptada às novas necessidades. D. João VI implantou escolas, formando os primeiros médicos profissionais da saúde, Escolas de Artes e Ofícios, fundou o Banco do Brasil, a Biblioteca Nacional, o Jardim Botânico e a Imprensa Régia.
No Império, D. Pedro II transformou as escolas em faculdades, que dava o título de ensino superior aos formados. Na época os esgotos eram a céu aberto e o lixo era jogado nas ruas. Foi implantado, então, um sistema de saneamento básico. O objetivo de D. Pedro II era combater as doenças como peste bubônica, varíola, febre amarela e malária.
Na Primeira República, o Presidente Rodrigues Alves convidou o médico sanitarista Osvaldo Cruz para combater as doenças. O médico propôs obras públicas para implementação de esgoto tratado e vacinação obrigatória contra a varíola.
Na Era Getúlio Vargas, iniciaram as Conferências Nacionais, que foram de suma importância para a formulação do Sistema Único de Saúde – SUS. Vargas, com o objetivo de levar assistência médica à toda a população, criou o Ministério da Saúde, onde nas reuniões participavam médicos e políticos.
No Governo Militar, “a saúde sofreu com o corte de verbas durante o período. Doenças como dengue, meningite e malária se intensificaram. Houve aumento das epidemias e da mortalidade infantil. O governo decidiu fazer algo para resolver o problema. Uma das medidas foi a criação do Instituto Nacional de Previdência Social, INPS, que foi a união de todos os órgãos previdenciários que funcionavam desde 1930, a fim de melhorar o atendimento médico. Durante os anos de 1970, no auge do milagre econômico do período militar, as verbas para saúde eram baixas: apenas 1% do orçamento geral da União”. (Brasil Paralelo).
Na 8ª. Conferência Nacional de Saúde em 1986, tendo como tema: “Saúde como dever de todos e dever do Estado”, foram elaborados documentos que delinearam o surgimento do Sistema Único de Saúde – SUS. E aí, com a Constituição de 1988 o documento foi colocado definitivamente no ordenamento jurídico. “A saúde passou a ser um direito do cidadão e um dever do Estado”.
Hoje o SUS é 100% público e beneficia 190 milhões de brasileiros. Os Estados Unidos tentou copiar esse sistema e não conseguiu. E o governo brasileiro ainda quer acabar com o nosso SUS.
Prof. Salmito Campos (jornalista e radialista).

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