O compromisso da igreja diante da realidade social

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Em meio ao contexto de pobreza acentuada na América Latina, bem como a desigualdade social, principalmente no Brasil, o Estado parece estar cada vez mais distante da população pela omissão em áreas importantes, fundamentalmente à parcela mais carente do país. Saúde, educação, trabalho, e até mesmo o lazer apresentam-se em circunstâncias precárias, quando não, ausentes às regiões periféricas e empobrecidas do território nacional. Na tentativa de diminuir tamanha precariedade, as Organizações Não-Governamentais assumiram papel importante no combate destas dificuldades. Neste contexto a “igreja”, enquanto organização sem fins lucrativos e com peculiar acesso geográfico e espiritual às famílias mais pobres, sob o amparo da legislação brasileira e também com a aceitação nas áreas de grande violência, aparece como relevante contribuição direcionada à melhoria da qualidade de vida de muitas pessoas, colaborando no combate da diminuição da desigualdade social. Porém, em pleno século XXI, o crescimento acentuado do movimento neopentecostal com suas igrejas enormes, muitos fieis, arrecadação jamais vista, difusão nas redes sociais, canais abertos de rádio e televisão, parece não acompanhar no mesmo ritmo sua contribuição social. Sabemos que muitas instituições evangélicas desenvolvem voluntariado e obras sociais, porém aquém do seu poder de arrecadação e de maneira efêmera. Isso nos leva a considerar que a existência destas instituições se justifica nelas mesmas, afastando-se do propósito real que torna a igreja relevante, enquanto instituição, principalmente quando observamos os pressupostos bíblicos sobre o compromisso com o entendimento de Reino de Deus em favor dos marginalizados e secundarizados socialmente.

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