Sabemos que estamos inseridos dentro de uma revolução técnico-científico-informacional, caracterizada pelos avanços tecnológicos, pelas técnicas avançadas e pelas grandes inovações científicas. Nesse aspecto, muitos homens tentam negar a religião, chegando a prever sociedades ateias, negando assim esse aspecto essencial e permanente da sociedade. Em vão tentam destruir a natureza religiosa do homem e o papel social que a religião sempre assumiu desde as sociedades primitivas.
Isso é o que se percebe desde os primórdios da Modernidade, no século XV. A partir de então se começou a falar em cientificismo, racionalismo, antropocentrismo e nem a religião, nem Deus possuíam papel central na vida do homem. Todo esse pensamento racional passou a ser desconstruído e desacreditado com as tantas catástrofes que se seguiram, principalmente no século XX. Guerras, conflitos, atentados, violência, perseguições começaram a se intensificar.
Percebeu-se que a ciência e a técnica, que prometeram trazer grandes transformações à humanidade, não conseguiram corresponder a sua promessa. Provam essa tese, as duas guerras mundiais, o genocídio judeu, a fome e as doenças, as crises e conflitos entre as nações. Tudo isso contribuiu para a desconstrução do pensamento racional que propunha o fim da religião.
Enquanto isso, o homem continuava e continua sua busca sequiosa pelo transcendente. Parece que há algo de eterno no coração de cada homem, que lhe faz aspirar pelo Absoluto, pelo Divino, como se as realidades terrenas não dessem sentido pleno a sua vida. E tudo isso tem grandes implicações sociais.
Existem muitos valores e princípios morais que aos poucos vão se perdendo a partir do momento que se desconsidera o papel da religião. Por trás de tantas crises pelas quais passa a humanidade, está uma crise moral. Carecemos de autoridades sólidas que nos sirvam de referência. Até mesmo as autoridades do ambiente familiar estão se esfacelando. Porém, a religião continua sendo uma referência, uma bússola que pode orientar a sociedade no combate a tantas mazelas.
Desse modo, enxerga-se o papel social da religião na construção dos valores morais e na orientação humana. Além disso, em muitos lugares a cultura tem seu aspecto religioso e, mais do que atingir a espiritualidade das pessoas, passa a ser parte constituinte da identidade daquele povo. Nesses casos, a religião possui um papel ainda mais belo e profundo, quando cria laços comunitários na sociedade e conserva seus sentimentos coletivos.
É por isso que uma sociedade que tenta se construir sem a religião está fadada à extinção. E quando percebemos que em um determinado lugar ela não tem mais tanta força ou em muitos países praticamente não existe mais, as consequências não são tão positivas.
Fala-se bastante em liberdade e, em nome dessa tal liberdade, muitos se livram das “amarras” da religião, como algo que aprisiona, aliena, paralisa. Na verdade, quando bem vivida, ela conduz, fortalece, ensina, faz bem para um povo, para uma sociedade, é ponte de união entre as pessoas. É preferível acreditar que sem religião, sem Deus, sem fé o homem é incompleto e não consegue viver.
Um homem sem religião pode até se sentir livre, mas é semelhante a alguém que está no deserto, livre, mas sem saber para onde vai.

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