O ser humano, esse animal pensante não para si, senão equivocadamente, em sua estadia nesta terra, que Deus criou, tem sido não raro, alvo de muitas contradições, criadas pelas próprias facetas que ele cria para sua hipocrisia, seja no terreno artístico, seja no âmbito político e religioso, como foi e está sendo abordada a pandemia do novo coronavírus.
Ter ideias, num mundo de convenções e preconceitos, é sempre perigoso, principalmente se o cidadão libertário investe contra os preconceitos nas correntes políticas e religiosas contrárias às suas ideias, no cenário de uma situação humana, que muitas vezes, não tem o privilégio de exercer sua cidadania.
Portanto, inegavelmente a minha forma de pensar num mundo dos privilegiados, me aproximou muito da realidade do sofrimento, causado pela pandemia do novo coronavírus. Foram dez dias de isolamento hospitalar. Mas não esquecia que, além da Ciência, existia Deus, a alma e a eternidade, na minha mente. Pois sempre tive este quatros valores absolutos na minha vida.
Naquele momento de dor sempre escapavam falhas humanas, que mostravam algumas práticas, como a falta de ética no serviço de enfermagem nos cuidados dos pacientes, colocando sempre o cérebro acima do coração. Quando eu pedia água ao enfermeiro ele me respondia: não posso agora te levar água e refugiava-se nas conversas com os outros colegas de trabalho. Assim, eu ficava entre a misericórdia e a sede de beber água.
Noutra ocasião, apareciam outros que praticavam os seus trabalhos de enfermagem por meio da ética profissional. Dava-me a esperança no atendimento mais justo. Agora, vejo que, sem dúvida, esses dois tipos de tratamento são de grande importância e um referencial na vida de um ex-contaminado pelo novo coronavírus, na construção de uma visão de mundo avançado, mas quebrado por um pequeno bicho invisível.
Nesse cenário triste, precisa-se de políticos ou de religiosos que tenham a simplicidade e a humildade de procurar a honestidade, a integridade e generosidade de um ser vivente que pede socorro no meio da alienada massa de homens demasiadamente e tecnologicamente organizados e, nem sempre, verdadeiros.
Dessa forma, é preciso que alguém tenha sólido argumento inspirado na ciência e na própria vida de Jesus Cristo, para investir contra os puritanos, tirando o véu de doutrinas suspeitas dos que disseram e dizem doutores da Lei, como algo imutável, que tem mais a ver com os Césares do que com o povo brasileiro, ou com velho desgastado Antigo Testamento que insiste em pregar a Lei de Tabelião, depois de dois mil anos das boas- novas.
Como, então se podem acender duas lâmpadas ao mesmo tempo? Usa-se o nome de Cristo, mas o que se lê como norma é o que o próprio Cristo relegado a um segundo plano. Daí o valor da história do cristianismo, porque desmascara os hipócritas e fariseus em nossos dias.
Como se sabe, para que se possa ter a dimensão das ousadias, muitos políticos corruptos que têm acesso aos materiais como respiradores para paciente em estado mais grave. Com isso, começa uma história de fazer dinheiro com um preço superfaturado. A novidade não apenas tornou mais fácil a corrupção como também facilitou para os pregadores do cristianismo, que só pensam em dinheiro, luxo e poder. Prega contra a saúde pública. E o pior, para se justificarem usam o nome do diabo ou do apocalipse, como a última punição de Deus. Já são milhares de mortos! Sem ter o direito de um enterro digno.
Então, podem-se questionar estes pregadores capitalistas: dizendo a eles, que deveriam apresentar um Cristo que em vida não entrou em templos, nem igrejas, pelo que se saiba, senão quando para expulsar os vendilhões. Cristo, como os monges da China e da India, foi um peregrino, que ensinou aos monges, São Francisco e San Juan de La Cruz, que fizeram voto de pobreza e andavam descalços, que o solar dos nobres, dos políticos e burgueses e doutores da Lei ou Doutrinas é sempre tão perigoso, que é melhor olhar do que entrar.
Na ausência de uma nova moral, os corruptos e outros aproveitadores da pobreza costumam demorar entender o verdadeiro amor ao próximo, no entanto estão sempre ávidos por expandir seu domínio. A inspiração sobre a forma de controlar o povo, cujos métodos para manter o controle da mentira foram transmitidos por um governo salvador da pátria.
Cada pessoa recebe um dom, mas é preciso que alguém estimule e que também as circunstâncias sejam favoráveis. Dessa forma, eles estão em sintonia com o impacto da pandemia. Ignoram o apóstolo Paulo, em suas Cartas aos Coríntios, que a principal característica do amor não é a felicidade pessoal, senão o exercício da renúncia e do sofrimento. As novas elites do capitalismo não detêm causa nem lealdade a nenhuma cidadania como definidora da vida cristã, civil e social.
Enfim, são tantos os argumentos para dissecar o farisaísmo endinheirado e agora, infectado pela covardia do ódio, que até chega rasgar máscara, a única proteção no isolamento do povo brasileiro, que vive numa crise de valores sem precedente, por ocasião da pandemia, do novo invisível vírus da Covid-19. Infelizmente, não podemos argumentar todas as usurpações, neste espaço. Mas podemos citar o que está em sintonia com os covardes. O grande dramaturgo e romancista George Bernardo afirmava que “o ódio é a vingança do covarde”.

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