Papa Francisco clama por paz em Cuba em sua primeira aparição pública desde cirurgia
Por Samuel Carvalho – Redação Correio da Semana
Em sua primeira aparição pública desde que recebeu alta após dez dias de internação, o Papa Francisco, no último domingo (18) falou com os fiéis destacando a necessidade do descanso e manifestou sua solidariedade com o povo cubano em seus protestos a favor de medidas mais severas para conter a pandemia de covid-19 e contra o governo de Cuba.
“Estou junto com o querido povo cubano nestes tempos difíceis, em particular das famílias, que são as que mais sofrem. Rezo ao Senhor para ajudar a construir uma sociedade cada vez mais justa e fraterna em paz, diálogo e solidariedade”, declarou Papa Francisco após rezar o Angelus da janela do Palácio Apostólico. A declaração foi acompanhada por centenas de pessoas que empunhavam a bandeira cubana. Além de Cuba, Papa Francisco rezou pela África do Sul e países europeus afetados por chuvas sem precedentes na semana passada.
Durante seu discurso, o líder religioso também enfatizou a importância do descanso e da pausa em meio à correria do dia-a-dia, como forma de se conectar a Deus e a saúde interior. “Vamos parar a correria frenética ditada por nossas agendas. Vamos aprender a como fazer uma pausa, a desligar o celular, a comtemplar a natureza, a regenerar nosso diálogo com Deus”, declarou o Pontíficie da janela do palácio apostólico aos fiéis na Praça de São Pedro.
Além do Papa Francisco, bispos Cubanos também se uniram ao clamor das manifestações na ilha caribenha. “Irmãos, não podemos fechar os olhos ou desviar o olhar como se nada estivesse acontecendo”, afirmam os bispos cubanos no início do comunicado divulgado após as manifestações. Segundo os bispos “o Governo tem responsabilidades e que tem procurado tomar medidas para amenizar as referidas dificuldades”, mas também entendem “que o povo tem o direito de expressar suas necessidades, anseios e esperanças” e se expressar publicamente contra “algumas medidas que foram tomadas e que o afetam seriamente.”
Os protestos em Cuba iniciaram no domingo em San Antonio de los Baños – distante 26 km de Havana – e se espalharam por várias cidades da ilha. As redes sociais foram fundamentais tanto na convocação como na difusão das imagens dos protestos, o que levou o Governo cubano a interromper temporariamente o acesso à internet e a várias plataformas.