Papa Francisco e as ministras brasileiras
No dia 21 de janeiro, quando foi celebrado o Domingo da Palavra de Deus, o Papa Francisco concedeu os ministérios de leitora e catequista a duas brasileiras, na missa celebrada na Basílica de São Pedro. O gesto do papa nos lembra a ministerialidade da Igreja e confirma o significativo serviço dos leigos na evangelização da Igreja.
Ilza Vidal, que recebeu o ministério de leitora, é da Paróquia de São José, da diocese de Ji-Paraná (Rondônia). Ela recebeu, das mãos do Papa Francisco, as Sagradas Escrituras, para que “transmita fielmente a Palavra de Deus para que germine e frutifique no coração dos homens”.
Tal ministério constitui uma prática da Igreja desde os tempos apostólicos e foi resgatado pelo Papa Paulo VI, na década de 1970. O anúncio da Palavra de Deus é um compromisso primário da Igreja. Tal ministério recorda que os ministros leitores são colaboradores neste compromisso eclesial de transformar em gestos de vida o anúncio missionário do Evangelho.
Maria Erivan, que recebeu o ministério de catequista, é da Paróquia São João Batista, em Horizonte (Ceará). Ela recebeu, das mãos do Santo Padre, a cruz, “sinal da nossa fé, cátedra da verdade e da caridade de Cristo”, e a exortação: “anuncie-O com vida, ações e palavras”.
O ministério do catequista foi instituído por Francisco, em 2021, como uma forma de reconhecer este serviço como expressão concreta do carisma pessoal, que tanto favoreceu a missão evangelizadora da Igreja ao longo dos séculos. A exortação do Papa, antes da bênção conferida à catequista cearense, convidava os catequistas a serem “testemunhas da fé, mestres e mistagogos, companheiros e pedagogos que instruem em nome da Igreja”.
Esse acontecimento nos recorda que a Igreja é ministerial, e que todos são chamados a assumirem sua responsabilidade no anúncio da Boa-Nova de Jesus Cristo. Esse encargo não é um monopólio dos clérigos, mas é missão de todos nós. É da Palavra de Deus que brota aquela água viva que sacia a sede de salvação que há no coração de todo homem. O papa ainda nos convidou a mergulhar na profundidade dessa Palavra “que salva, que é mansa, que não faz rumor, que penetra no coração”.
O Domingo da Palavra de Deus é um convite a sermos atentos ouvintes da voz de Deus que ressoa através das Sagradas Escrituras. Ouvir a Palavra de Deus é deixar-se interpelar, questionar, desinstalar. Renunciar a certos hábitos e pensamentos que nos fecham em nós mesmos e deixar-se converter, inverter os rumos e alargar o coração para Deus e para os irmãos.