Pe. João Batista Aragão, celebra missa nova em sua paróquia em Sobral

A alegria está no DNA do cearense. Nunca conheci gente tão simpática, divertida e cordial. Durante esses dias contemplei o transbordar dessa alegria na ordenação presbiteral e missa nova do ilustre sobralense João Batista Aragão de Oliveira Filho. Foi acolhido na Arquidiocese de Olinda e Recife para confirmar o ditado que ele gosta de citar “o cearense vai dominar o mundo”. Homem de amigos, conversa fácil e agradável, o neo-sacerdote João Batista Aragão se fez querer por todos do Recife. Coração grande que alberga o mundo inteiro. O sacerdócio não tem fronteiras. Com os braços abertos em forma de cruz, identificou-se com Cristo, que acolhe a todos, os da esquerda e os da direita. Para o Pe. João Batista só há uma categoria: a de filhos de Deus.
Afilhado de vocação do egrégio Monsenhor Sadoc, cujos serviços prestados à Igreja são notáveis, aprendeu do mestre a arte da comunicação, que mais do que uma técnica, é vida compartilhada e experiências colecionadas em meio ao povo de Deus. Oxalá o Pe. João Batista possa continuar a exercer o belo trabalho que vem desempenhando à frente da Rádio Olinda, filiada à Arquidiocese do Recife.
Cursou filosofia na Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA) e teologia na Universidade Católica de Pernambuco (UNICAP), onde viveu no histórico Seminário de Olinda, que serviu de residência ao ilustre sobralense Pe. Ibiapina.
Na Catedral de Olinda, no último dia 17, por imposição das mãos do outrora bispo de Sobral, Dom Fernando Saburido, “Joãozinho”, como era carinhosamente conhecido, foi ordenado sacerdote à serviço da Igreja do Recife. Houve uma invasão cearense no Recife. Sacerdotes e leigos vieram prestigiar esse momento único. Era como se nos lembrassem que estávamos a receber um presente.
Na sua primeira presidência eucarística, no sábado (21/12/2019), na Paróquia do Cristo Ressuscitado, em Sobral, os pernambucanos não quiseram ficar para trás e lotaram a Princesinha do Norte. Foram alguns ônibus lotados de paróquias onde o Pe. João Batista exercera o seu trabalho pastoral, além de amigos padres, seminaristas e familiares. Destaco a presença do Dom José Luiz Gomes de Vasconcelos, bispo de Sobral, Dom Severino Batista de França, bispo emérito de Nazaré (PE) e Monsenhor Assis Rocha, seu padrinho de ordenação presbiteral.
A festa começou antes. Uma banda esperava o Pe. João Batista Aragão na paróquia, enquanto tocava uns dobrados, mostrando a alegria do seu povo em receber o neo-sacerdote. Os fogos de artifícios, que foram lançados do Santuário da Mãe Rainha e o soar do sino da matriz, anunciavam a chegada do Pe. João Batista. Os batedores da Guarda Municipal escoltaram o carro do neo-sacerdote, seguido pelo carro episcopal. A cidade estava parada. Todos os olhos convergiam para a Paróquia do Cristo Ressuscitado. Ao chegar, saudou os fiéis e presidiu o santo sacrifício. Para além de todas as pompas, o Pe. João Batista tem consciência de que é no Calvário que o sacerdote torna-se aquilo que é. É ali que é travado do destino eterno da humanidade.
Uma coisa me marcou nos agradecimentos do Pe. João Batista. Dissera que de todas as paixões, a paixão do sacerdócio foi a mais forte. Isso é teologicamente perfeito. Lembrou-me a oração de Jeremias: “Seduziste-me Senhor, e deixei-me seduzir; foste mais forte, tiveste mais poder”(Jr 20,7). O sacerdote tem de ser, necessariamente, um homem apaixonado por Cristo. Aliás, esse é o fundamento da perseverança que, desde já, desejo ao amigo Pe. João Batista, e a todos os que me leem, especialmente os que se entregaram ou pensam em se entregar a Deus com uma chamada específica: “Qual é o segredo da perseverança? O Amor. – Enamora-te, e não O deixarás. (São Josemaria Escrivá).
Davi Araújo de Melo (advogado e teólogo) – Seminarista da Arquidiocese de Olinda e Recife



