Pinacoteca da Fundaj reúne obras de grandes nomes inéditas ao público

0

Lançamento de Ensaio 1 ocorre virtualmente, na terça (15). Mostra abrirá ao público com protocolo de visitação

Ao longo de seus mais de 70 anos, a Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj) consolidou um dos acervos iconográficos mais valiosos do País. Apenas para ilustrar, dentre suas coleções figuram obras que vão dos modernistas Aloisio Magalhães e Tarsila do Amaral ao armorial de Gilvan Samico e Francisco Brennand. Até internacionais, como o moçambicano Malangatana. Em uma fusão inédita, a Instituição, por meio de sua Diretoria de Memória, Educação, Cultura e Arte (Dimeca), lança virtualmente, na terça-feira (15), o projeto Pinacoteca — Ensaio 1, no primeiro piso do Solar Francisco Ribeiro Pinto Guimarães, em Casa Forte. A iniciativa integra a programação do Natal da Esperança, promovido pela Casa. A visitação presencial seguirá protocolo devido à pandemia.
Em Pinacoteca – Ensaio 1 estão expostas cerca de 50 obras, entre desenhos, pinturas, gravura e fotografias. Além dos artistas mencionados, o público poderá conferir obras de Bajado, Cícero Dias, Chico da Silva, Djanira, Diego Rivera, Gil Vicente, Malangatana, Vicente do Rego Monteiro e muitos outros. Para um dos curadores, Moacir dos Anjos, caberá ao público aplicar novos ensaios ao longo do encontro. “É ensaio porque sugere linhas discursivas contidas em potência nas obras expostas, as quais são realçadas pelos avizinhamentos entre elas que são aqui sugeridos. A sugestão de algo que não existe ainda, mas que se insinua e se esboça”, explica.
Para os amantes das artes visuais, será uma oportunidade para conferir produções ainda desconhecidas de nomes consagrados. “Existem várias obras que nunca foram expostas ao público, como gravuras em metal de Tarsila Amaral, uma xilogravura de Ladjane Bandeira, um desenho de Diego Rivera e uma pintura de Samico, dentre muitas outras”, revela o arquiteto e urbanista Rodrigo Cantarelli, pesquisador da Fundaj e integrante da equipe curatorial. “Além desses existem outras obras de artistas consagrados e que são pouco conhecidas do público, ou que foram expostas por curtos períodos de tempo, como Lula Cardoso Ayres”, adianta Cantarelli.
Palco da exposição, o Solar será outro exemplar à parte. Construído no século XIX, de arquitetura eclética e neoclássica, o edifício foi propriedade do comerciante de açúcar Francisco Ribeiro Pinto Guimarães, que utilizava o espaço para a compra e exportação da mercadoria. Ainda nos dias atuais, conserva parte de sua estrutura original. “A exposição no Solar tem especial significado para a Fundaj, pois foi nesse edifício que a Instituição funcionou em seus primeiros anos. O edifício, também um exemplar arquitetônico de relevância histórica e artística, encontra-se em processo de tombamento em nível estadual e federal”, completa outro curador, o coordenador de Exposições do Museu do Homem do Nordeste, Antônio Montenegro.
A mostra ficará aberta até o dia 31 de março de 2021 e contará com mediação da equipe do Educativo do Museu do Homem do Nordeste. Para a visitação, o público deverá cumprir todas as recomendações de segurança e respeitar a política de limite ao espaço expositivo. Cada turma deverá ser composta de até 5 pessoas no local — incluindo o monitor. Os horários para a visitação são de terças a sextas-feiras, das 10h às 17h, e aos sábados, domingos e feriados, das 13h às 17h. Para mais informações, ligue 3073-6331/6385.

Projeto
Como o próprio nome indica, a Pinacoteca reunirá o importante acervo da Instituição federal, sediada no Recife. Para assegurar a preservação das peças, elas devem ser trocadas de tempos em tempos. De modo que continuará, permanentemente, inédita. “Trata-se de uma seleta de um grande conjunto que, no futuro, estará à vista do público, na inauguração definitiva da Pinacoteca, um projeto de longas datas, que se materializará no próximo ano”, explica o diretor de Memória, Educação, Cultura e Arte (Dimeca), Mario Helio. Para compor a equipe curatorial do projeto, foram convidados Moacir dos Anjos, Antônio Montenegro, Albertina Malta e Rodrigo Cantarelli.

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *