Por que furacões e ciclones têm nomes de pessoa – e por que o atual é chamado Milton? Os furacões e ciclones recebem nomes para facilitar a comunicação entre meteorologistas e o público.
A Organização Meteorológica Mundial (OMM) diz que dar nomes aos furacões é a forma mais eficiente de comunicar alertas para a população. Ela também facilita a comunicação marítima sobre tempestades.
“A prática de nomear tempestades (ciclones tropicais) começou anos atrás para ajudar na rápida identificação de tempestades em mensagens de alerta porque nomes são muito mais fáceis de lembrar do que números e termos técnicos”, afirma a OMM em seu site.
“Muitos concordam que dar nomes a tempestades facilita que a mídia noticie sobre ciclones tropicais, aumenta o interesse em alertas e aumenta a preparação da comunidade”. Furacões e ciclones recebem nomes depois que atingem ventos constantes de 63 km/h. Apenas os de grande impacto costumam ter seu nome veiculado na imprensa.
Regiões diferentes adotam padrões diferentes.
Segundo a Met Office, a agência meteorológica do Reino Unido, na maioria das regiões, listas alfabéticas pré-determinadas de nomes masculinos e femininos de pessoas são usadas.
Mas, no oeste do Pacífico Norte e no norte dos oceanos Índico, a maioria dos nomes usados não são de pessoas. Lá, a maioria das tempestades recebem nomes de flores, animais, pássaros, árvores, alimentos ou adjetivos.
Para a região do Caribe e da América do Norte, a Organização Meteorológica Mundial possui seis listas diferentes de nomes, que vão de A a Z.
Os furacões recebem nomes por ordem alfabética, que são dados por ordem cronológica ao longo do ano. O primeiro furacão deste ano foi chamado de Alberto, que começa com a letra «A». O segundo foi chamado de Beryl, o seguinte Chris. E assim por diante.
Muitos sequer tiveram destaque na imprensa. Os mais perigosos até agora foram o Helene — que provocou 255 mortes há duas semanas — e o Milton. As seis listas de nomes são recicladas a cada ano. Ou seja, em 2030, daqui a seis anos, os furacões voltarão a ser chamados de Alberto, Beryl, Chris, etc. E esses mesmos nomes já foram usados há seis anos atrás, em 2019.
Até 1979, só havia nomes femininos na lista. Mas desde então, há tanto nomes masculinos como femininos. Quando um furacão ou ciclone é devastador demais e entra para história, seu nome é “aposentado” da lista, e outro nome é escolhido com aquela mesma inicial. É o que aconteceu nos casos das tempestades Mangkhut (Filipinas, 2018), Irma e Maria (Caribe, 2017), Haiyan (Filipinas, 2013), Sandy (EUA, 2012), Katrina (EUA, 2005), Mitch (Honduras, 1998) e Tracy (Darwin, 1974).
Furacões e ciclones possuem temporadas fixas — que é quando eles costumam acontecer. No Atlântico Norte e Caribe, essa temporada vai de 1º de junho a 30 de novembro, período em que os nomes da lista são usados. No Pacífico Norte Oriental, a temporada vai de 15 de maio a 30 de novembro.
Mas quem é ou foi Milton? Ou Katrina? Esses nomes não têm nenhum significado especial. Os ciclones e furacões tropicais não são batizados em homenagem a nenhuma pessoa específica.
Antigamente, as tempestades recebiam nomes arbitrários, dados de acordo com as circunstâncias históricas. Por exemplo, uma tempestade no Atlântico em 1842 arrancou o mastro de um barco chamado Antje. Essa tempestade ficou conhecida como furacão de Antje.
Mas hoje em dia, os nomes não têm mais significado. Eles são selecionados por serem familiares às pessoas em cada região. A principal função do nome é que ele seja facilmente lembrado pelas pessoas que precisam se preparar para lidar com as tempestades.
Os nomes usados em 2024 para o Atlântico Norte, Golfo do México e Caribe são: Alberto, Beryl, Chris, Debby, Ernesto, Francine, etc. Outras regiões não usam nomes como Alberto, Helene e Milton. No Pacífico Norte Oriental este ano receberam outros nomes: Aletta, Hector e Miriam. (bbc.com).
(salmitocamposs@gmail.com).

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