“Daqui não saio,/ daqui ninguém me tira…”

Na semana passada, pela quarta vez um amigo voltou a me perguntou o seguinte: Por que será que no nosso País os políticos não mais conseguem cumprir seus planos de governo em quatro anos? Por que eles têm de arranjar um mandado complementar, custe o que custar? Qual o mistério?”
Antes, para testá-lo, perguntei se ele sabia que cargos irão receber votos nas eleições 2024. A resposta foi: “Sei lá!”
Lamentavelmente, essa também é a resposta de milhões de brasileiros. Se você está nesse rol, saiba que iremos escolher novos ocupantes para os postos de prefeito e vereador.
Voltando à pergunta inicial do amigo: Ou o cidadão esqueceu de que já indagou isso há algum tempo ou está querendo testar minha memória ou, ainda, deve estar procurando descobrir se mudei de opinião. Mas, a exemplo da primeira resposta e das demais que foram repassadas aqui neste espaço, apenas ratifico meu pensamento a respeito do assunto. Até o título faço questão de preservar: “Daqui não saio,/daqui ninguém me tira…”
Pois bem! Esses versos são da marcha carnavalesca de 1950, intitulada ‘’Daqui não saio”, composta por Paquito e Romeu Gentil, e gravada por muitos cantores e bandas. Quem não lembra dela, hein!
Observando o repentino “interesse” de alguns possíveis candidatos por seu reduto eleitoral, nesses dias a retromencionada marchinha me veio à memória por conta da seguinte indagação novamente de um leitor: Por que será que no nosso País os políticos não mais conseguem cumprir seus planos de governo em quatro anos?
Repito a resposta dada em 2022 a outro leitor da Coluna que perguntou a mesma coisa. Eu lhe disse: Para mim, não há nenhum mistério. E até acrescento: Essa “necessidade” de mais tempo é uma desculpa esfarrapada de muitos políticos que brigam com unhas e dentes para se perpetuar no poder.
Como temos o hábito de sintetizar tudo no número três, talvez querendo nos resguardar na Santíssima Trindade, respondi-lhe na seguinte ordem:
1º) A sede por poder, por reconhecimento é a explicação primeira dessa batalha pela reeleição;
2º) Os altos salários, a reduzida jornada de trabalho e as inúmeras vantagens com que o brasileiro comum não tem direito nem de sonhar;
3º) E, por último, – essa não é tão comum a todos os candidatos -, a vontade de fazer alguma coisa pelo povo.
Depois, pelo telefone, o leitor retrucou: “Mas existem candidatos que já são poderosos, ricos e que já fazem, pelo menos, alguma coisa pelo povo. Por que insistem em reeleger-se?”
Aí foi o jeito dar ciência de três coisinhas àquele leitor que, para mim, é um eleitor consciente. Disse-lhe, então:
– A medida do ter (poder, dinheiro, força …) nunca enche;
– A medida do ser (rico, poderoso, paparicado…) também não;
– Agora, a medida do fazer (o bem), no caso de quem visa algo (o voto) em troca, geralmente é saciada depois de ofertadas as primeiras migalhas àqueles que necessitam delas. Daí pra frente, já que o “caridoso” conseguiu o que queria, é só o ser e o ter que interessam a eles… políticos, sim, senhor.
Portanto, amigo leitor, não se iluda: aprenda a votar bem. Ainda há muito tempo. Fique atento: muita gente virá até você com sorrisos amarelos, tapinha nas costas e com as mais absurdas promessas. E mais: alguns descobrirão até parentesco com você onde menos se espera; e, principalmente, todos estarão se apresentando como salvador da Pátria. Diante disso, lembre-se sempre:

QUEM É, QUEM TEM, QUEM FAZ, QUEM SABE NÃO PRECISA PROPAGAR. ISSO JÁ ESTÁ IMPLÍCITO NO SEU COMPORTAMENTO, NAS SUAS OBRAS E SOMENTE AOS OUTROS COMPETE DIVULGAR E ENALTECER”.
Fique atento!
Abusivos
E vem aí a lista do material escolar. Fique atento à lei 12.886, originária de projeto do deputado federal Chico Lopes (PCdoB/CE), e sancionada pela presidenta Dilma Rousseff, em 27.11.2013. Nela, são materiais considerados abusivos grandes quantidades de papel ofício, papel higiênico, álcool, flanela e outros artigos de limpeza, higiene pessoal e administração. Isso não mais poderá ser cobrado dos pais dos alunos. Também a lei determina que os colégios não instituam taxas extras para compensar os itens que não podem ser mais incluídos nas listas de material escolar. Se instituídos, serão anulados.
Livreiros – DECON – Pais
Aumentar a fiscalização nas escolas privadas seria o mínimo que o Decon poderia fazer pelos pais quanto às explorações cometidas. Além das escandalosas variações de preços, há também o abuso em cima da ignorância a respeito do que pode e do que não pode estar contido nas listas. Que tal convidar livreiros e donos de escolas para uma conversa séria? Os pais agradecerão.
Só no papel?
É o que deixa transparecer a lei municipal que tenta disciplinar terrenos baldios em Sobral, exigindo do proprietário limpeza constante e muramento. Ou será que as multas são aplicadas, os proprietários pagam e fica por isso mesmo?
Inadmissível, Sr. Prefeito!
Sem quem faça a lei ser cumprida, a população continua exposta aos perigos oriundos do acúmulo de lixo; do mato muito alto; do surgimento de animais peçonhentos, moscas e outros animais transmissores de doenças, como o mosquito da dengue; uso coletivo desses locais para consumo de drogas, prática sexual, além de outras ameaças. Só um exemplo: terreno na Rua Dr. Paulo Sanford, em frente à residência 735.

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