artemisio da costa 2

Viva o Médico!

Certa vez, com muita tristeza, vi um aluno da minha querida Escola Dr. João Ribeiro Ramos, onde fiz o antigo Curso Primário (1964-1968), tentando falar para um colega quem teria sido o “tal de Visconde de Saboia”. Demonstrando completa ignorância sobre o assunto, ele sustentava que provavelmente teria sido um personagem de algum seriado de televisão. Certamente associou o nome do grande sobralense ao do Visconde de Sabugosa, personagem de André Valli no Sítio do Pica-pau Amarelo, obra de Monteiro Lobato. E o pior é que o outro se convenceu.
Não aguentando tamanha barbaridade, pedi licença e me meti na conversa. Num linguajar simples discorri sobre o nosso Visconde para aquela turminha, que me fez lembrar meus tempos naquela Escola ainda funcionando no prédio da extinta Escola Técnica de Comercio Dom José. Por falar nisso, qual será o motivo de aquele prédio tão central estar totalmente abandonado, ruindo gradativamente e sem que ninguém cogite restauração e reaproveitamento?
Pois bem! Sendo hoje o Dia do Médico (18 de outubro), numa referência a São Lucas, não seria nenhum favor sugerir que o médico Visconde de Saboia fosse reconhecido como símbolo da categoria profissional nesta terra. E para quem não sabe, eis alguns dados sobre nosso grande vulto.
Detentor de uma rica e extensa biografia, Vicente Cândido Figueira de Saboia nasceu em Sobral (CE) no dia 13.04.1835 e faleceu em Petrópolis (RJ), em 18.03.1909. Médico (obstetra) da Corte, Diretor, Professor, Implantador de Cursos e Reformador da Universidade do Rio de Janeiro, Visconde de Saboia também escreveu obras ligadas à Medicina e à Filosofia. Uma delas, da área médica, escrita em Francês e com mais de 600 páginas, tornou-se livro didático da Faculdade de Montpellier, na França, por muitos anos.
Visconde Saboia recebeu a comenda da Imperial Ordem de Cristo (1882), o título de oficial da Imperial Ordem da Rosa, foi Conselheiro do Império (1884), o título de Barão (1886) e Visconde de Saboia (1888). Também fez parte de inúmeras academias e sociedades científicas nacionais e internacionais, como a Academia de Medicina de Roma, a Academia de Medicina e Sociedade de Cirurgia de Paris, a Sociedade de Obstetrícia de Londres, a Academia de Ciências de Lisboa, a Ordem Médica Brasileira e a Academia Nacional de Medicina, sendo seu presidente em 1891. Por isso e muito mais, o notável sobralense foi a figura mais importante da Medicina do Brasil na segunda metade do século transato.
Em sua terra, o afamado médico é Patrono do Curso de Medicina de Sobral da UFC, que iniciou oficialmente suas atividades em 2 de abril de 2001. Em 06 de julho de 2001 a prefeitura local prestou-lhe homenagem inaugurando a Escola de Formação em Saúde da Família Visconde Saboia (ESPVS). Seu nome também é lembrado no Centro Acadêmico Visconde de Saboia (CAVIS), na Cátedra Visconde de Saboia criada pelo Colegiado do Curso de Medicina/UFC – Campus de Sobral, além de dar nome a uma rua no bairro Campos dos Velhos e a um Hotel no centro da cidade. Em 2011 foi editado o livro “Visconde de Saboia: A Filosofia como princípio e a Medicina como missão”, excelente fonte de consultada, sendo autores o médico Dr. Gerardo Cristino Filho e a Professora Giovana Saboya Mont’Alverne.
Agora, a fim de que não se repitam lamentáveis episódios, como o relatado no início envolvendo jovens, é que insisto: A história de todo município tem obrigatoriamente de entrar na grade curricular das escolas. Crianças e jovens não têm culpa de desconhecer a história. Culpa tem quem não a repassa e não lhes estimula a gostar dela. Nossos grandes vultos merecem esse sacrifício.

****

Dor mente?
Não! Ela alerta, sim, que existe algo errado e que deve ser reparado. Em nome do afamado Dr. Vicente Cristino de Menezes Neto vão daqui nossos cumprimentos pelo transcurso recente do Dia Nacional do Anestesiologista (16/10). Parabéns e nossos agradecimentos a esses profissionais a quem hoje é possível que a dor meça e também que adormeça a quem já não mais suporte a dor.

Peitudas
Apesar de ambas serem igualmente mães, o simples, mas importantíssimo, gesto de amamentar as coloca em posições completamente opostas. Peitudas são as mães que fazem questão de amamentar: às vezes, até emprestam seu peito àquelas que não produzem leite; sentem-se bem com isso e ainda procuram convencer as demais de que essa é uma das mais legítimas maneiras de demonstrar amor ao filho.

De sobra
A maioria acrescenta que esse contato extremamente íntimo causa um indescritível bem-estar. De sobra, são recompensadas pela preservação da saúde de ambos. Por isso, propugnam veementemente pela instalação de mais Bancos de Leite nos municípios brasileiros.

Despeitadas
Provavelmente avessas à maternidade integral, outras há – as despeitadas – que tentam desestimular a prática da amamentação. Usam a falsa argumentação de que esse belo gesto leva ao “desembelezamento” da mulher. Pode?

Isso é amor?
Ainda causa espanto, mesmo se tratando de mulheres letradas, a maldade (ou a ignorância?) de algumas que se recusam a dar o peito ao filho. Ou, quando dão, afastam-no em pouco tempo. Por outro lado, merece louvor e imitação aquelas que, mesmo sem conhecer a importância do aleitamento, o fazem até quando o filho resolver evitá-lo por conta própria. Isso é que é amor! E de mãe de verdade.

Sutiã e mamógrafo
Sabe-se que o surgimento do sutiã remonta a milênios, passando pela Grécia e Roma antigas e avançando pelos séculos. Mas foi há 114 anos, em 01.11.1914, que a socialite americana, Mary Phelps Jacob, registrou a patente do que hoje conhecemos como sutiã (do francês, soutien”). Antes, em 1913, o médico alemão, Albert Salomon, criou o primeiro aparelho de mamografia e foi considerado o inventor da radiologia mamária.

No peito e na raça
De lá para cá tem caído a venda de sutiãs, sendo uma, dentre muitas causas, a perda de seios por muitas mulheres por problemas de saúde (câncer). Isso tem-se agravado porque muitos governantes não disponibilizam a quantidade necessária de mamógrafos. Portanto, aplausos para aqueles que são peitudos e, no peito e na raça, com muitos esforços não figuram no rol dos descompromissados com esse direito das mulheres.

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *