Procura e venda de itens usados crescem durante a pandemia
Por Samuel Carvalho – Redação Correio da Semana
Não apenas nos hábitos e nas relações pessoais, mas as formas de consumo também foram drasticamente transformadas durante a pandemia. De acordo com um levantamento feito pelo Sebrae, com dados da Receita Federal, foi apontado crescimento de 48,58% de estabelecimentos que comercializam produtos de segunda mão entre 2020 e 2021.
Entre os principais fatores que determinam a busca por produtos utilizados, estão o controle financeiro por causa da pandemia a preocupação com o meio ambiente teriam sido os fatores responsáveis pelo crescimento, segundo a entidade. Só durante primeiro semestre de 2021, foram abertas 2.104 novas empresas na área, sendo 1.875 microempreendedores individuais (MEI) e 229 empresas de pequeno porte. No ano passado, foi estimado um número de 1.416 empresas.
“A pandemia teve uma tendência de acelerar alguns movimentos que são importantes para esse segmento. A renda faz com que as pessoas comparem o produto usado com o produto novo. Mas tem outro fator, também, importante que é a questão da sustentabilidade. Muitas pessoas acabam não querendo descartar o seu produto usado de forma inadequada” informou Cesar Rissete, gerente de competitividade do Sebrae.
O levantamento abrange o comércio varejista de moedas e selos de coleção, livros e revistas e outros artigos usados, como móveis, utensílios domésticos, eletrodomésticos, roupas e calçados e material de demolição. Em Sobral, o ramo de roupas usadas de brechó é um destaque do segmento. Populares nas feiras e nos ambulantes das praças, os brechós também estão tomando mais espaço nas redes sociais.
Vânia Lopes, varejista de brechó do centro de Sobral, mais precisamente em Praça de Cuba, tem notado uma nova percepção da clientela sobre as peças de segunda mão. Atendendo público de todas as idades, desde crianças a adultos, Vânia relata que grande parte da procura são por itens que não são encontrados com grande facilidade em lojas convencionais como roupas de frio ou peças específicas como sobretudo, cachecóis e roupas de lã. “Ultimamente as pessoas estão se guardando mais para alimentos do que para compras, o que não quer dizer que nós vamos fechar as lojas. O público sempre gosta de vir ao brechó comprar”, relatou Vânia sobre a clientela.
De acordo com o Sebrae, a venda e procura sobre produtos usados ainda tende a crescer. Por isso, recomenda aos empreendedores conhecerem seus nichos de atuação e estarem inseridos no mundo digital. Para isso é necessário conhecer seus nichos de mercado, além de estabelecer presença no mundo digital, que pode favorecer uma captação maior de clientes e maior recorrência de compras das mercadorias.