Quando os nossos pais se vão eles nunca vão sozinhos… Vai junto com eles as mãos estendidas, o colo para as horas difíceis, o carinho, a atenção e o amor incondicional.
Quando Pai e Mãe se vão… Vai junto a mesa cheia, as conversas fiadas, as gargalhadas, as piadas e histórias repetidas, mas que sempre tinha graça.
Vai junto a disputa pra falar primeiro e de quem lavava a louça no final. Vai junto os encontros de final de semana e as comemorações com a família toda reunida.
Natal, Ano Novo, Páscoa, Dia das Mães, Dia dos Pais, aniversários… nunca mais será igual. Vai junto aquela alegria familiar que por mais a gente se esforce não conseguimos mais resgatar.
É dolorido quando eles se vão! Porque perdemos eles e mais coisas. (Sheila Kolberg).
Lembro-me do meu Pai, João Ribeiro Campos (em memória) na loja de tecidos atendendo seus fregueses com muita simpatia e alegria. Sempre tinha uma história engraçada pra contar a quem estava comprando. Uma de suas frases era: “nós somos como chita (tecido), uns gostam e acham bonita, outros não gostam e acham feias”.
Outra frase dele que até hoje, nós filhos e genros dizemos: “só tem graça se tiver canalhice”. Era assim que ele falava quando alguém ou ele contava uma piada, uma história ou até mesmo quando mangava-se de uma pessoa imitando-a.
O Sr. João Lopes (em memória) é um que a gente ainda arremeda com o seu andar de chinela “lepo-lepo” ou então com a sua tossida bem forte após tomar uma dose de cachaça na sua bodega. Tomava e tossia bem alto. E aí já sabíamos do ocorrido.
Quando não havia freguês a brincadeira rolava entre meu Pai e os amigos Gerardinho Linhares (em memória) e João Batista Ribeiro (em memória), este sendo o que fazia mais “canalhice”. Brincava até com o andado do papai, dizendo: “O João Ribeiro tem um caxingado aqui em Mucambo, mas quando chega em Sobral anda bem bonitinho”.
Meu Pai era um incentivador de brincadeiras com os amigos. Ele ainda morando no Graça, Distrito de São Benedito, certa vez, na sua loja estimulou um amigo a segurar no bate-papo o Sr. Manoel Matias (em memória, muito conversador) que havia passado para comprar a carne do almoço.
Quando o Sr. Manoel passou de volta com a carne eles o chamaram já solicitando que pendurasse a carne no armador da loja. E assim ele aceitou. E haja conversa…
O que eles queriam era que o Sr. Matias ficasse ali e esquecesse de levar a carne para o almoço. Foi o que aconteceu. O tempo passou, passou e meu Pai disse: “É, compadre Manoel, já deu 11 horas, vamos pra casa que está na hora do almoço”.
São muitas lembranças boas, porém, muita dor quando perdemos entes queridos. Principalmente quando eles se vão num pequeno período de tempo. Meu Pai se foi há 12 anos, mas no 04.04.21 perdi minha irmã Socorro, um ano depois no 06.04.22 meu irmão Waldeck, sete meses depois no 30.11.22 meu cunhado Guima e no 30.01.23, três meses depois perdi minha linda Mãe Risalva Maria de Almeida.
É muita saudade! É muita dor! É muito choro!
Prof. Salmito Campos – (jornalista e radialista).

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