Período em que todos os cristãos são chamados à conversão e uma vida de oração mais íntima com Deus. Tempo de buscar propósitos, mas não somente durante os 40 dias quaresmais, mas de levar para a vida toda!
Este é o Tempo Litúrgico mais significativo para os católicos. Como nos lembra o Papa Francisco, este é o tempo de jejum, oração, penitência e conversão. Sempre temos algo em nós a ser melhorado, a ser olhado por Deus!
“Dedicar mais tempo à oração, possibilita ao nosso coração descobrir as mentiras secretas com que nos enganamos e que precisamos da consolação em Deus”.
Por que olhar para a Cruz?
Vejamos o que a trajetória e o sofrimento do Crucificado podem repercutir em nós, desde que estejamos de coração aberto para acolhê-lO:
A partir da Cruz teremos uma experiência pessoal com Cristo Rei e Senhor lá abandonado. Dessa forma, como São Francisco, gritaremos: O Amor não é amado, o Amor não é amado!
Do alto da cruz, Jesus mendiga o amor da sua criatura e nos diz: “Tenho sede” (cf. Jo 19, 28). Contemplando-O teremos força para uma entrega de vida, porque a sede de Jesus é de mim e de você;
Para entrar na sua presença, abrir-se sem ter medo de ser quem é diante do Senhor;
Para renunciar ao pecado e suas ocasiões;
Para acolher Jesus com humildade, alegria e obediência;
E ser determinado em fazer à vontade de Deus. Mesmo que essa vontade seja de Cruz!
A cruz nos leva a termos compromisso, esperança e nos ensina
Perante essa tríplice inspiração, na primeira delas, a Cruz nos provoca e conduz ao comprometimento. É inadmissível que alguém contemple verdadeiramente a Cruz e não se comprometa com Jesus, e não escolha fazer a vontade de Deus. Ora, olhar a cruz nos faz querer viver o compromisso de ser um bom cristão.
Já na segunda inspiração, a Cruz – que se completa com a Ressurreição – proclama que a Vida não morre, eis a esperança cristã. A Cruz já não é fonte de morte, mas de vida!
Por fim, a Cruz nos ensina que fazer a vontade de Deus é a melhor escolha, tal como o fez Jesus, plenamente fiel ao Pai.
Quem olha para cruz não permanece a mesma pessoa. É dela que brota a força de sermos melhores, que nos ajuda a lutar contra falsidades, hipocrisias, idolatrias, entre tantas coisas… E não a dos outros, mas as nossas.
Ainda, o Papa Francisco dizia em uma de suas audiência que o que nos faz crescer como fiéis em santidade é quando, antes de levar o Evangelho aos outros, nós nos reconhecemos como o destinatário. Podemos comparar assim: antes de julgar o outro, eu preciso me avaliar. Antes de querer evangelizar o outro, precisamos saber o que em nós mesmos também precisa ser evangelizado!
Jesus nos apresenta a Cruz como um outro Caminho
Quando pecaram, Adão e Eva ficaram despidos, nus, sem nada e envergonhados, pois é assim que o pecado nos deixa. O diabo paga muito mal! Só promete, e nos deixa sem nada no fim das contas. Diferente dele, Jesus nos oferece um outro caminho, o da oferta de si, esvaziando-se por inteiro. Pela obediência, pelo amor, um coração ofertado – isto é, esvaziado de si e cheio da graça de Deus.
Vamos, entrega-te! Fica sem nada… Livre de tudo e de todos. Esse é o novo caminho para, junto d’Ele, ressuscitarmos também!
“Deus se dá por inteiro a quem se dá inteiramente a Ele!”

Fellipe Rios Osterno
Consagrado na Comunidade
de Aliança Filhos de Sião

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