SANTO ANTÔNIO DE TODO O MUNDO
Há dias ansiava por ler “Santo Antônio: A história do intelectual português que se chamava Fernando, quase morreu na África, pregou por toda a Itália, ganhou fama de casamenteiro e se tornou o santo mais querido do Brasil”, Editora Planeta, autoria de Edison Veiga que conheci por causa de Santo Antônio. Até que o recebi de presente do amigo Macsimus Duarte, colega na advocacia e na poesia, que testemunhou minha peregrinação em busca do livro. Queria, também, presentear o amigo Cícero Moraes, e Macsimus ofereceu-nos os dois livros. Sou-lhe grato. Voltando a Veiga, por causa de Santo Antônio? Foi por meio de Santo Antônio que conheci o amigo-irmão Cícero Moares. Tudo se iniciou em 2014, quando eu realizava estágio de pós-doutorado em Messina, no sul da Itália, na mesma região, mas, distante de Padova (Pádua). Aliás, no livro em comento descobri que pode ter sido em Messina que o Santo chegou à Itália.
Em Padova, procurei o Sacro Convento buscando obter uma relíquia do Santo. Falei ao Frade que me recebeu de algo que soube anos antes sobre a possibilidade de haver ligação dos Liras com Santo Antônio. Uma antiga tradição – penso que lendária, pois nunca encontrei prova – afirma que após a morte de Santo, parentes dele em linha direta passaram a usar Antônio no sobrenome. Ouvi isso de um “parente” português que, embora tenha me chamando de primo ao me ver, dizendo que reconheceu meus olhos característicos da família, não comprovamos parentesco. Dizia que no século XIII ou XIV, uma parenta direta de Santo Antônio de Lisboa, por nascimento, casara com um Lira e deu origem à família “Antônio de Lira”. Depois descobri que meu bisavô era Joaquim Antônio de Lira, o pai dele, meu trisavô, Francisco Antônio de Lira. Ainda assim, desde que me entendo, sou devoto do Santo. Consegui a relíquia autêntica e indaguei ao sacerdote onde encontraria uma imagem de Santo Antônio para trazer ao Brasil.
Ele me disse, então, que haviam estudiosos fazendo trabalho sobre a face do Santo. Que eu aguardasse, pois, poderiam vir novidades. Um dia, após retornar ao Brasil, vendo o Fantástico, da Rede Globo, saiu a matéria. E mais, um brasileiro estava entre os cientistas. Busquei e encontrei Cícero Moraes. Este assunto está finalizando o livro de Edison Veiga. Ficamos amigos, aos poucos, venci a timidez e lhe perguntei como obter o “rosto reconstruído do santo”. Hoje o tenho em minha casa em Sobral, em imagem de mais de um metro do santo. E depois vieram os trabalhos das Santas Maria Madalena e Paulina, entre outros, com imerecida participação minha, realizados por Cícero Moraes e assim conheci Veiga. Tenho mais ligações ao biografado dele como o registro da festa do pau da Bandeira de Santo Antônio de Barbalha, que relatei no Conselho do Patrimônio do Ceará etc.
O livro de Veiga é uma preciosidade de deixar satisfeito qualquer hagiólogo. E muito se aprende de uma forma bem contemporânea dados tão históricos, colhidos com o maior cuidado. E além de muito aprender sobre o Santo, vemos relatos interessantíssimos como a participação do Santo nos exércitos português e brasileiro, após sua morte. Em solo brasileiro, Antônio é general da reserva não remunerada e na Igreja, Doutor Evangélico. Assim, Edison Veiga trata de Santo Antônio, tão amado em todo o mundo e seu livro passa a figurar como uma das melhores biografias de Fernando de Bulhões, sacerdote agostiniano, Santo Antônio de Lisboa e de Pádua, franciscano, que teve nos braços o Menino Deus, em fato que o autor narra. Parabéns, Edison! Obrigado por tão precioso trabalho!